Dia das mulheres, um clamor por igualdade e anseio por espaço. Uma obra prima de fragilidade e força, um retrato de Picasso refletido no espelho cubista da vida.
Novamente o mês de março chega e com ele a celebração do dia 8 de março, uma data marcada por lutas e reinvindicações. Um momento para lembrarmos da importância da igualdade de gênero e do empoderamento das mulheres. Apesar dos avanços conquistados, ainda há muito a ser feito para garantir os direitos e a dignidade das mulheres em todo o mundo. O 8 de março é um lembrete de que a luta continua, hoje e sempre.
No Dia Internacional da Mulher, é fundamental reconhecer a força e a resiliência das Mulheres ao longo da história. São elas que, com sua determinação e coragem, têm conquistado espaços e quebrado barreiras em todas as áreas da sociedade. Valorizar e respeitar as Mulheres é um dever de todos, pois só assim poderemos construir um mundo mais justo e igualitário para as próximas gerações. Juntas somos mais fortes, unidas somos imparáveis!
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8 de março: Dia Internacional da Mulher
No reflexo do espelho, percebo-me como uma obra cubista inacabada, um universo egoísta a ser desvendado. Entre frivolidades e consumismos, o clamor por igualdade ecoa dentro de mim, ansiando por espaço para ressurgir meu eu protagonista. Uma década atrás, me senti velha; alguns quilos a menos, me vi magra como nunca antes. O embate entre cabelos e pele, um traço que revela a fragilidade do corpo, um retrato de Picasso em constante conflito com meu verdadeiro eu.
Insensatez na Busca pela Harmonia
Em busca da estatura em sapatos altos, uma camuflagem da realidade, a cor da pele ajustada pela maquiagem, como se fosse uma fuga da utopia em que nos encontramos. A desarmonia presente nas formas, no oceano dos nossos olhos, onde cada onda carrega consigo uma rasura, um erro para ser releitura. Na roda da moda, giramos incessantemente, tentando esconder as imperfeições, as cicatrizes que nos acompanham.
A Redefinição da Mulher Contemporânea
Nossas selfies refletem solidões admiradas, em imagens retocadas que escondem as imperfeições e realçam as máscaras que criamos. Somos mulheres aprisionadas em telas, mas escondidas na vida real, com nossas forças mordaçadas pela sociedade que insiste em padronizar. Não somos nós que falhamos, é a pressa em que a sociedade nos encaixa, tentando nos forçar a se encaixar em um molde que não nos pertence.
Despertar da Consciência Feminina
Nas redes e teias em que nos envolvemos, buscamos esconder as marcas que a vida nos deixou, seguindo caminhos que muitas vezes não escolhemos. Reconhecer a beleza da mulher oprimida nesta era moderna é aceitar que somos todas parte deste ciclo, inimigas e parceiras lutando contra uma maré de padrões e expectativas. No dia 8 de março, celebremos a diversidade e a força das mulheres, em toda sua complexidade e singularidade.
► *FERNANDA VAN DER LAAN É PSICÓLOGA / @fernandissima
Fonte: © TNH1
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