OAB suspendeu registro profissional por manifestações de ódio contra a Fierj. Processo administrativo em andamento para ações israelenses. Item removido imediatamente.
De acordo com informações da @folhadespaulo, o advogado Hariberto de Miranda Jordão Filho teve seu registro profissional suspenso por 90 dias pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio de Janeiro, a partir desta segunda-feira (25).
O profissional de 80 anos terá que cumprir o período de suspensão determinado pela Ordem dos Advogados do Brasil, que visa garantir a ética e a conduta dos advogados em suas atividades jurídicas.
OAB e Manifestações de ódio
Na semana passada, durante uma sessão ordinária do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), um advogado gerou polêmica ao pedir a expulsão de todos os judeus que ocupam cargos na presidência das comissões e da diretoria da entidade. A OAB nacional já havia se manifestado contra o ‘antissemitismo’ e as manifestações de ódio no meio jurídico. Como resultado das suas declarações, o advogado Hariberto foi suspenso de forma preventiva como associado e membro do conselho superior do instituto.
Processo Administrativo em Andamento
O IAB iniciou um processo administrativo para investigar a conduta do profissional em questão. Durante um discurso de 15 minutos, o advogado expressou sua indignação por ter sido denunciado pela Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj) à OAB devido a uma manifestação feita dentro do IAB no ano passado.
Acusações e Pedido de Expulsão
O advogado alega ser vítima de uma perseguição política, ideológica, religiosa, cultural e profissional. Em suas declarações, ele pressiona a entidade a identificar o associado judeu responsável por entregar à Fierj a gravação do seu discurso, exigindo a sua expulsão imediata. Ele ainda solicitou a demissão de todos os judeus que atualmente ocupam posições de liderança no instituto, independentemente de serem sionistas ou não, alegando que envergonham a instituição.
Críticas às Ações Israelenses
O advogado também criticou a omissão da entidade em relação às ações israelenses na Faixa de Gaza. Ele classificou como vergonhoso e agressivo o silêncio da Comissão de Direitos Humanos diante do que ele descreveu como um holocausto e limpeza étnica promovida pelas forças israelenses sionistas contra os palestinos. Em um momento de seu discurso, ele foi enfático ao afirmar que o presidente da comissão, Carlos Schlesinger, deve ser removido imediatamente.
Criticas e Ataques à Fierj
O advogado também sugeriu o fechamento da Fierj, alegando que a mesma é antidemocrática e reúne apenas pessoas consideradas fascistas, evangélicas e bolsonaristas, as quais ele considera não terem relação com o IAB. Ele classificou os judeus sionistas dentro do instituto como traidores e comparou suas ações com as realizadas por admiradores de Hitler na Alemanha nazista. Essas incendiárias declarações geraram um grande debate e causaram divergências entre os membros do Instituto dos Advogados Brasileiros.
Consequências das Manifestações
Todo esse episódio coloca em cheque a postura profissional e ética do advogado em questão, levantando questões sobre possíveis violações do seu registro profissional. O processo administrativo em curso buscará esclarecer os fatos e definir eventuais punições, mantendo-se fiel aos princípios de liberdade e democracia que o IAB sempre defendeu ao longo dos seus mais de 180 anos de existência.
A Importância da Tolerância e Respeito na Advocacia
As manifestações de ódio e discriminação não têm lugar na advocacia, que se fundamenta nos princípios da justiça, equidade e respeito mútuo. A liberdade de expressão deve ser exercida com responsabilidade e dentro dos limites éticos da profissão. É fundamental garantir um ambiente inclusivo e respeitoso dentro das instituições jurídicas, promovendo o diálogo e a diversidade de ideias em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.
Fonte: © Direto News
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