Investidores reduziram exposição em ações devido aos juros reais de longo prazo elevados, buscando metas de renda variável em previdência complementar.
No Brasil, os fundos de pensão têm sido fundamentais para o desenvolvimento econômico do país, investindo em diversas áreas e setores. No entanto, nos últimos anos, essas instituições têm reduzido sua participação em renda variável, o que pode ter implicações significativas para o mercado financeiro nacional.
Essa tendência de redução da alocação em renda variável por parte dos fundos de pensão é preocupante, especialmente quando consideramos o papel dessas instituições como instituições de investimento de longo prazo. Além disso, os fundos fechados de previdência e as fundações também têm sido afetados por essa mudança, o que pode ter impactos mais amplos no mercado financeiro brasileiro. É fundamental que essas instituições reavaliam suas estratégias de investimento para garantir um futuro mais estável e próspero para os seus beneficiários.
Fundos de Pensão Reduzem Exposição em Ações
Em um cenário de juros reais de longo prazo elevados, que superam as metas atuariais de muitas fundações, os fundos fechados de previdência estão reduzindo sua exposição em ações no país. Segundo dados recentes da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), a parcela alocada em renda variável desses investidores caiu para 10,4% em junho de 2024, o menor patamar da série histórica compilada pela Abrapp, que começou em 2006.
Essa tendência de redução da exposição em ações é observada desde 2009, quando o nível de alocação em renda variável alcançou a máxima de 33,3%. Desde então, os fundos fechados de previdência têm reduzido gradualmente sua exposição em ações. As instituições de investimento, como os fundos de pensão, estão priorizando a segurança e a rentabilidade em um cenário de juros reais de longo prazo elevados.
Metas Atuariais e Juros Reais
Segundo a Abrapp, a estimativa média das metas atuariais de seus associados é de cerca de 4,5% mais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). No entanto, as taxas de juros reais de longo prazo, extraídas das NTN-Bs (títulos indexados à inflação), estão acima dos 6,5%. Isso significa que os fundos de pensão estão alcançando suas metas atuariais sem precisar aumentar a exposição em ações.
Os participantes do mercado consultados pelo Valor afirmam que, com as taxas de juros reais de longo prazo elevadas, há pouquíssimo apetite por aumentar os riscos da carteira. Em vez disso, os fundos de pensão estão priorizando a segurança e a rentabilidade em um cenário de juros reais de longo prazo elevados. As fundações, como instituições de investimento, estão buscando equilibrar a rentabilidade com a segurança em um cenário de juros reais de longo prazo elevados.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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