Em janeiro deste ano, o alvará de pesquisa autorizou o aumento do número de não indígenas, intensificando agressões e permitindo livre trânsito a garimpeiros.
Recentemente, as lideranças indígenas zoró alertaram para um crescimento expressivo de conflitos e tumultos em sua área, situada nas proximidades do município de Rondolândia (MT), atribuídos à presença cada vez maior de garimpeiros. Os relatos indicam que as hostilidades têm se agravado consideravelmente desde a permissão concedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM) para a entrada dos garimpeiros na região, no início deste ano.
Essa situação preocupa não apenas a comunidade indígena, mas também levanta questões sobre a presença dos garimpeiros e suas atividades exploradoras na região. Os mineradores têm sido alvo de críticas e apontados como responsáveis por desrespeitar os limites territoriais, causando impactos ambientais significativos. Portanto, é fundamental abordar de forma urgente essa problemática e buscar soluções que protejam tanto o território indígena quanto o meio ambiente.
Garimpeiros: Desafio Crescente para os Indígenas
Os indígenas já enfrentavam problemas com a exploração de madeira ilegal, e agora precisam lidar com o aumento do número de não indígenas em busca de ouro e diamante em suas terras. Os garimpeiros começaram a circular pelo território em março, conforme dados da ANM. No entanto, as denúncias da presença desses extratores de minerais já eram conhecidas pelos indígenas desde dezembro de 2023.
A ANM concedeu um alvará de pesquisa à Quiuqui Mineração Ltda, para a realização de trabalhos de prospecção em 195 hectares do território, com validade até janeiro de 2027. Esse alvará foi aprovado em janeiro deste ano, após um processo que se iniciou em 2021. Essa autorização garante o livre trânsito dos garimpeiros nessa área limitada, o que tem preocupado as lideranças indígenas.
Lamentavelmente, as agressões teriam intensificado com a presença desses mineradores, o que tem gerado um clima de tensão na região. As operações sem efeito das autoridades têm sido frequentes, resultando em invasões contínuas nas áreas tradicionais dos indígenas, como as terras dos zoró pangyjej.
O aumento do número de não indígenas garimpeiros e madeireiros tem causado grande preocupação, especialmente devido ao aliciamento de membros das aldeias indígenas. Essa conexão entre os invasores e os indígenas tem sido um desafio a mais para proteger as terras tradicionais.
Em resposta a essas ameaças, as lideranças indígenas têm buscado apoio de terras indígenas adjacentes, como as dos cinta larga e surui paiter, para unir forças contra as atividades ilegais. É essencial um esquema de segurança eficaz que considere toda a região e impeça a invasão contínua desses exploradores.
As denúncias de vazamento de informações por parte de membros das aldeias para os garimpeiros e madeireiros indicam a gravidade da situação. A cooperação entre as forças de segurança, como a Polícia Federal e o Ibama, é crucial para combater essas práticas ilegais.
A coordenação entre as autoridades e as lideranças indígenas é fundamental para garantir a proteção das terras e a segurança das comunidades. É preciso agir de forma coordenada e estratégica para enfrentar os desafios colocados pelos garimpeiros e assegurar a preservação do modo de vida tradicional dos povos indígenas.
Fonte: @ Agencia Brasil
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