Região destaca redução de fome em 5,4 mi em 2 anos com programas de proteção e transferências de renda, fortalecendo sistemas agroalimentares.
A América do Sul enfrenta desafios significativos no que diz respeito à fome. Iniciativas governamentais e organizações internacionais têm trabalhado arduamente para garantir a segurança alimentar da população, especialmente durante períodos de crise, como a pandemia de COVID-19. A fome é uma realidade que afeta milhões de pessoas em todo o continente, exigindo ações coordenadas e eficazes para mitigar seus impactos.
Além da preocupação com a fome, a região também enfrenta questões relacionadas à insegurança alimentar. É fundamental que sejam implementadas políticas públicas abrangentes e sustentáveis para garantir o acesso adequado aos alimentos e promover a segurança alimentar de todos os cidadãos. O combate à fome requer esforços contínuos e colaborativos de diversos setores da sociedade, visando garantir que ninguém passe necessidades básicas, como a falta de alimentos.
Reflexões sobre 15 anos de combate à fome
São 15 anos de regressão e pobreza. O que aprendemos? Aprendemos que regiões como a América do Sul tiveram programas sociais que ajudaram muito a recuperar mais rapidamente e é por isso que esta região do mundo conseguiu reduzir os níveis de fome em 5,4 milhões [de pessoas] num período de dois anos’, analisou.
Para Torero, as transferências de renda com condicionantes – caso do Brasil – ajudam a melhorar o capital humano e a educação e saúde das crianças. Além disso, segundo ele, a América do Sul é uma região que não tem conflitos e que decidiu investir mais nos sistemas agroalimentares. Para ele, a vanguarda de países como o Brasil no desenvolvimento de programas sociais tem apresentado resultados.
Destaque para a segurança alimentar na América Latina
‘A América Latina tem vantagem sobre outros continentes porque possui um sistema de proteção social altamente desenvolvido. Começou há muitos anos com o Brasil e o México e é um sistema que foi sendo aprimorado ao longo do tempo’, disse Torero em entrevista à Agência Brasil.
Relatório da FAO – divulgado nesta quarta-feira (24) – aponta que uma em cada 11 pessoas pode ter passado fome no mundo em 2023. No Brasil, a insegurança alimentar severa caiu de 8,5% no triênio 2020-2022 para 6,6% no período 2021-2023, o que corresponde a uma redução de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros nesse grau de insegurança alimentar.
Desafios e recomendações para o futuro
É improvável que o mundo cumpra os objetivos estabelecidos para 2030. Quais são, na opinião do senhor, os principais alertas que o estudo da FAO fornece? Maximo Torero: O que o estudo mostra é que o nível de fome se manteve após a pandemia de covid-19, o que significa que estamos estagnados nos últimos três anos.
No entanto, este número global incorpora diferenças regionais. Por exemplo, temos a África, que se deteriorou e continua a se deteriorar nos últimos três anos. E o caso da América do Sul, que melhorou substancialmente, reduzindo a fome em 5,4 milhões de pessoas.
Assim, embora o número global seja, em média, de 733 milhões de pessoas, acreditamos que ainda há oportunidades para aprender com as regiões que melhoraram. Claramente, se projetarmos este número para 2030, estamos falando de 583 milhões de pessoas que estariam no escuro. Ou seja, não estaríamos atingindo a meta dos ODS. Grande parte desse número elevado deve-se à pandemia.
É um evento que ninguém esperava. Mas conhecendo regiões que conseguiram melhorar, o objetivo é aprender. E também em concentrarmos muito em como podemos melhorar o financiamento da segurança alimentar.
E quais seriam as recomendações? Maximo Torero: O que trazemos no relatório são três recomendações centrais: a primeira é como podemos coordenar melhor o financiamento que existe hoje de forma a ganhar complementariedades e evitar perdas de eficiência. A segunda é que os doadores têm de compreender que o setor agroalimentar enfrenta muitos riscos e incertezas, especialmente devido às
Fonte: @ Agencia Brasil
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