Prazo mínimo de resgate alterado recentemente para 9 meses nas LCA e 12 meses nas LCI, com impacto no descasamento de prazos do investidor de varejo no financiamento imobiliário.
O diretor de Regulação do Banco Central (BC), Otávio Damaso, mencionou hoje que as alterações recentes nas normas de emissão das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) foram implementadas de maneira estratégica, porém há uma possível assimetria em relação ao prazo de resgate das LCI em comparação com as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Damaso destacou que é importante analisar essa assimetria com cuidado para garantir a equidade entre os diferentes tipos de investimentos.
Além disso, o diretor ressaltou a importância de evitar qualquer tipo de desigualdade entre os investidores que optam pelas LCI e os que escolhem as LCA. Ele enfatizou que a busca por equilíbrio e transparência no mercado financeiro é fundamental para garantir a confiança dos investidores e promover um ambiente saudável para o crescimento econômico. Damaso reiterou o compromisso do BC em monitorar de perto a situação e tomar as medidas necessárias para corrigir qualquer possível assimetria que possa impactar a estabilidade do mercado.
Assimetria na LCA: Mudanças recentes no prazo de resgate
A discussão sobre a assimetria do prazo na LCA está ganhando destaque, conforme mencionado por Damaso. Após uma alteração determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em fevereiro, o prazo mínimo para resgate desses títulos foi estabelecido em nove meses para as LCA e 12 meses para as LCI. Damaso apontou um descompasso com o prazo da LCA, que, na perspectiva do investidor de varejo, se assemelha bastante à LCI.
Impacto das mudanças no mercado imobiliário
Durante um evento organizado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) em São Paulo, Damaso enfatizou a crescente importância do mercado de capitais e dos instrumentos bancários no financiamento imobiliário. Ele observou que a poupança não deve manter o mesmo dinamismo do passado, indicando uma redução em sua participação como fonte de financiamento.
Desafios e perspectivas para a poupança
Apesar disso, Damaso ressaltou que a poupança, devido ao seu apelo cultural, não deve desaparecer. Ele expressou ceticismo em relação a mudanças estruturais na poupança que a tornariam novamente uma fonte robusta de financiamento. Segundo ele, embora tenham sido consideradas alterações em alguns momentos, existem diversos dilemas a serem superados antes que isso se concretize.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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