Banco central americano decide corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros após meses de expectativa, influenciando o ciclo de baixa no mercado de trabalho do país.
As bolsas de Nova York terminaram o mês com um desempenho positivo, registrando uma valorização de até 2,68%, impulsionada pelo corte de juros realizado pelo banco central americano (Federal Reserve, o Fed) após um longo período de expectativa pelo início do ciclo de redução das taxas do país.
O corte de juros foi um fator crucial para o desempenho das bolsas de Nova York, que vinham sofrendo com a incerteza em relação às taxas de juros. Com a redução de 0,5 ponto percentual, o Fed buscou estimular a economia americana, que vinha mostrando sinais de desaceleração. Além disso, a medida também ajudou a reduzir as taxas de empréstimo, tornando mais acessível para as empresas e consumidores obter crédito. A redução dos juros foi um ponto positivo para o mercado e pode ter um impacto significativo no desempenho das bolsas de Nova York nos próximos meses.
Os Juros e o Mercado: Uma Análise
Apesar de ser a expectativa da maioria do mercado, muitos especialistas acreditavam que o Fed optaria por iniciar o ciclo de corte de juros com um ajuste menor, de 0,25 ponto percentual. No entanto, o índice que concentra ações industriais, o Dow Jones, subiu 1,85% no mês, atingindo 42.330 pontos, enquanto o índice das maiores empresas americanas, o S&P 500, avançou 2,02%, alcançando 5.762 pontos, e o índice de tecnologia, o Nasdaq, valorizou 2,68%, atingindo 18.184 pontos. No acumulado dos nove meses do ano, os índices avançaram 12,31%, 21,81% e 18,17%, respectivamente.
O S&P 500 e o Nasdaq fecharam o trimestre com altas de aproximadamente 4,8% e 1,2%, respectivamente, acumulando valorizações em dólar de 20% e 18,5% no ano. Apesar dos sinais de desaceleração da economia americana, a acomodação da inflação em um patamar próximo à meta de 2% ao ano do Fed permite que a autoridade monetária foque na segunda parte de seu mandato: a estabilidade do mercado de trabalho, aponta o analista do Santander, Guilherme Belizzi Motta. ‘Notamos um grande consenso entre os diretores do Fed em relação à materialização de um cenário de pouso suave da economia, como exemplificado pela projeção de crescimento de 2% para a economia americana em 2024, 2025 e 2026 – equivalente ao PIB potencial do país’.
O Futuro dos Juros
Agora, a dúvida do mercado é se esse ritmo de corte irá se estender. Mas, hoje, o banco central americano (Federal Reserve, o Fed), Jerome Powell, reiterou que não tem pressa para cortar os juros. Powell disse, em entrevista nesta segunda-feira (30), que podem haver mais dois cortes de juros nos Estados Unidos até o final do ano, em um total de 0,50 ponto percentual. A condição para isso é que a economia esteja onde a autoridade monetária espera que esteja. Ou seja, que a inflação siga desacelerando, e o mercado de trabalho mantenha firme.
Como resultado, agora 67,5% dos investidores apostam em um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião que definirá o rumo dos juros, em novembro. Na sexta-feira, essas apostas chegaram a ficar divididas, mas um corte menor ganhou força hoje. Influenciados pela fala do mandatário, na sessão de hoje o Dow Jones encerrou praticamente estável, enquanto o S&P 500 subiu 0,42% e o Nasdaq subiu 0,36%. Entre os destaques negativos da sessão, ficaram as montadoras americanas: a Stellantis afundou 12,55% após revisar suas metas para baixo, enquanto a General Motors caiu 3,53% e a Ford recuou 2,09%.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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