Mercado asiático movimentado, correção saudável nos EUA, empresas americanas em destaque, bolsas na Europa estáveis.
A semana teve início com turbulência nas bolsas ao redor do globo. As primeiras a sentirem o impacto foram as bolsas asiáticas, com destaque para uma queda de mais de 12% no índice de ações do Japão, a maior em quase quatro décadas. Logo em seguida, as principais bolsas na Europa também sofreram desvalorizações significativas, superando os 2%.
Os investidores ficaram atentos aos movimentos dos mercados financeiros e das bolsas de valores ao redor do mundo. As oscilações nos índices financeiros refletiram a instabilidade econômica global, gerando preocupações em relação ao futuro dos investimentos.
Impacto das Bolsas nos Mercados Financeiros
Por fim, com as bolsas americanas não foi diferente: o Nasdaq afundou 3,4%, e o Dow Jones e o índice das maiores empresas americanas, o S&P 500, registraram as maiores quedas em quase dois anos. O índice do medo, o VIX, chegou a disparar 170%, e encerrou o dia em níveis de 2020, em plena pandemia do coronavírus. Todo esse pânico foi causado por dados mais fracos que o esperado por analistas do mercado de trabalho americano, divulgados na quinta-feira passada pelo relatório ADP, e reforçados na sexta-feira pelo relatório payroll. Ambos foram anunciados logo após o banco central americano (Federal Reserve, o Fed) resolver manter a taxa de juros pela oitava vez consecutiva, o que fez investidores pensarem se o Fed havia ‘perdido o bonde’ e optado por iniciar o corte de juros tarde demais. Mas ontem, o humor dos investidores parecia ter mudado da água para o vinho. O Nikkei, no Japão, subiu 10%, recuperando quase todas as perdas do dia anterior. As bolsas na Europa registraram leves altas, enquanto as americanas subiram mais de 1%. O VIX caiu 30%, diminuindo pela metade a alta do dia anterior. Essa mudança abrupta pode ter deixado o investidor com receio e muitas dúvidas; Afinal, se a queda das bolsas foram causadas por um temor de que haja uma recessão nos Estados Unidos, esse medo simplesmente desapareceu? Não é bem assim. Exagero no Japão ou situação única? Primeiro, é necessário entender por que, especialmente no Japão, o movimento foi tão exacerbado. Enquanto nos pregões de quinta, sexta e segunda o S&P 500 caiu 6%, o Topix, no Japão, colapsou 20%. Na quarta-feira (31), no mesmo dia em que o Fed manteve suas taxas de juros, mais cedo o Banco do Japão aumentou as taxas de juros para 0,25%, saindo da faixa anterior de 0 a 0,1%. Embora tenha sido um movimento inesperado, Taku Arai, vice-chefe de ações japonesas da gestora britânica Schroders, explica a lógica: ‘O aumento da taxa reflete a confiança no desenvolvimento macroeconômico, incluindo o crescimento salarial. Também mitiga o risco de uma maior fraqueza do iene, que poderia ter impulsionado a inflação no país.’ A alta de juros inesperada no Japão, acompanhada de dados mais fracos dos EUA, o que sugere que o Fed precisará cortar os juros, causou um fortalecimento acentuado do iene japonês. Isso provocou uma maior volatilidade no mercado por conta das operações de ‘carry trade’ com ienes japoneses (quando os investidores tomam empréstimos em ienes e investem em ativos estrangeiros de maior rendimento), que rapidamente passaram a ser desfeitas, o que causou uma apreciação ainda maior do iene, diz Simon Webber, diretor de ações globais da Schroders. ‘O iene havia se tornado muito subvalorizado. É difícil dizer ainda se os mercados reagiram exageradamente ou se todas as posições foram desfeitas’ Não foi só o Japão que amplificou a turbulência. A liquidação de ações globais provavelmente também foi exacerbada pelos níveis mais baixos de liquidez típicos dos meses de verão no hemisfério norte.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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