O endividamento do país ainda é alto, acima da média de emergentes. Equipe econômica propõe mudanças na meta fiscal de 2025 visando trajetória descendente. A incerteza persiste com nova edição do Monitor Fiscal.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) solicitou um ‘esforço mais significativo’ visando a retomada da trajetória de redução da dívida, depois que a equipe econômica propôs alterações na meta fiscal a partir de 2025. É fundamental que o país se empenhe em ações concretas para fortalecer seu posicionamento econômico e garantir a sustentabilidade das contas públicas diante do atual cenário desafiador.
Para atender às demandas do FMI e promover uma gestão financeira mais sólida, é essencial que haja um controle rigoroso de gastos e medidas eficazes de política fiscal. Somente com um planejamento estratégico e investimentos responsáveis será possível superar as dificuldades atuais e alcançar os resultados almejados. O esforço fiscal é crucial para promover o desenvolvimento econômico sustentável e garantir o bem-estar da população a longo prazo.
Equipe econômica apresentar proposta para mudar a meta fiscal de 2025
O diretor do Departamento de Finanças Públicas do FMI, Vítor Gaspar, ao ser questionado na coletiva de imprensa que revelou a mais recente edição do Monitor Fiscal, optou por não abordar diretamente a questão da alteração da meta fiscal do Brasil. No entanto, ressaltou que a incerteza em torno da consolidação fiscal ainda é consideravelmente elevada. Gaspar destacou a importância de uma política fiscal cuidadosa e de um gerenciamento prudente da dívida, diante do endividamento e dos custos de financiamento incertos que o país enfrenta, refletindo um cenário global.
A necessidade de colocar o Brasil em uma trajetória decrescente de dívida demanda um esforço fiscal mais ambicioso e constante, que precisa encontrar sustentação na nova regra fiscal, ao mesmo tempo em que preserva as áreas de gastos sociais e investimentos. Ações financeiras efetivas e um controle rigoroso dos gastos se fazem imprescindíveis para atingir esse objetivo.
A nova edição do Monitor Fiscal do FMI projeta que a dívida bruta do Brasil aumentará de 84,7% em 2023 para 86,7% em 2024, seguindo uma tendência de crescimento nos próximos cinco anos, atingindo 93,9% em 2029. Essas projeções indicam uma melhora na trajetória em comparação com o relatório anterior, divulgado em outubro do ano anterior. Naquela ocasião, esperava-se que a dívida bruta alcançasse 90,3% neste ano e 96,0% em 2028, sendo que a projeção atual para 2028 reduziu para 93,4%.
Apesar da evolução positiva, o nível de endividamento permanece substancialmente acima da média observada em países emergentes, que deve chegar a 69,4% em 2024 e alcançar 78,1% em 2029. O caminho para reverter esse cenário incerto e desafiador requer uma atuação decisiva por parte das autoridades responsáveis pela política fiscal.
O FMI também estima um déficit primário de 0,6% do PIB para este ano e de 0,3% em 2025. A trajetória dos resultados primários apresentaria uma melhoria progressiva, culminando em um superávit de 0,9% em 2029. Essa evolução representa uma correção em relação ao relatório anterior, que previa um déficit de 0,2% para este ano e um superávit de 0,2% em 2025, com projeção de crescimento até atingir um saldo de 1,1% do PIB em 2027 e 2028.
Manter o equilíbrio fiscal e traçar um caminho de consolidação é essencial para garantir a estabilidade econômica e o desenvolvimento sustentável do país, frente a um ambiente de incerteza e desafios constantes. É evidente a importância de medidas concretas e eficazes para fortalecer a posição fiscal do Brasil e assegurar uma gestão responsável dos recursos públicos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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