Construídos no Ceará nas secas de 1915 e 1932, esses campos de concentração reuniam mais de 70 mil pessoas famintas e aglomeradas, em péssimas condições, com valas comuns e epidemia de disenteria.
Em meio à pior seca brasileira dos últimos tempos, que afeta mais de 1.400 municípios, é impossível não lembrar dos campos de concentração criados durante as secas devastadoras do século passado. Esses locais, oficialmente estabelecidos, eram verdadeiros centros de sofrimento, onde milhares de pessoas morriam devido à falta de alimentos e água, apesar de receberem uma quantidade mínima de comida e água.
Esses campos de concentração eram, na verdade, campos de extermínio disfarçados, onde as condições de vida eram precárias e a mortalidade era alta. Além disso, muitos campos de reunião foram criados para abrigar as famílias que fugiam da seca, mas esses locais também enfrentavam problemas de falta de recursos e infraestrutura. É importante lembrar que esses campos de refugiados eram apenas uma solução temporária para um problema mais profundo, que exigia uma resposta mais eficaz e humanitária. A história não pode se repetir.
Campos de Concentração: Uma História Esquecida
Os campos de concentração brasileiros, anteriores aos alemães, não eram de extermínio, mas sim locais onde vítimas da seca eram amontoadas aos milhares, recebendo o mínimo de água e comida. A expressão ‘campo de concentração’ era comum na imprensa da época e era usada para identificar esses locais no Ceará. Em 1915, foi criado o primeiro campo de concentração, do Alagadiço, onde hoje é o bairro São Gerardo, em Fortaleza. Na seca de 1932, sete campos de concentração chegaram a aglomerar mais de 73 mil pessoas.
Secas Históricas e Campos de Concentração
A seca de 1877 durou até 1879 e foi chamada de ‘a seca dos mil dias’. Deixou meio milhão de mortos no Nordeste. Não houve campos de concentração, nem nas secas seguintes, até 1915, quando surgiu o primeiro. Os campos de concentração foram criados preferencialmente perto da linha férrea, para facilitar o transporte; próximos de fontes de água, como açudes e rios; e longe das capitais e seus centros. Eram criados, fechados e recriados conforme a chuva e as estruturas disponíveis.
Condições nos Campos de Concentração
Maus tratos, fome, sede, doenças intestinais, tifo, sarampo, e sobretudo a varíola, a ‘peste da seca’, matavam os sertanejos diariamente nos campos de concentração. Não havia caixões, nem condição de enterrar os mortos, que eram jogados em valas comuns. A epidemia de disenteria, que começou a surgir nas crianças, atingiu os adultos e chegou a fazer 30 vítimas diárias. Os campos de concentração brasileiros não eram de extermínio, como os campos de extermínio alemães, mas sim locais de refugiados, onde as pessoas eram amontoadas em condições precárias.
Campos de Reunião e Campos de Refugiados
Os campos de concentração eram também conhecidos como campos de reunião ou campos de refugiados. Eram locais onde as pessoas se reuniam em busca de ajuda e proteção. No entanto, as condições nos campos eram precárias e muitas pessoas morriam devido à falta de água, comida e cuidados médicos. A seca de 1932 foi uma das mais graves da história do Brasil e os campos de concentração foram criados para abrigar as pessoas que fugiam da seca. No entanto, as condições nos campos eram tão precárias que muitas pessoas morriam devido à falta de água, comida e cuidados médicos.
Legado dos Campos de Concentração
Os campos de concentração brasileiros são um capítulo esquecido da história do Brasil. No entanto, é importante lembrar que esses locais foram criados para abrigar as pessoas que fugiam da seca e que as condições nos campos eram precárias. É importante aprender com a história para evitar que tragédias como essas se repitam no futuro.
Fonte: @ Terra
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