Presidente do BC diz que prêmio de risco na mudança da gestão ‘diminuiu bastante’ devido a processo de desinflação e modelo de taxa neutra.
Uma declaração feita por Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), nesta quarta-feira (3), garante que ele pretende realizar uma transição tranquila para seu sucessor. O mandato de Campos Neto encerra-se no dia 31 de dezembro de 2021. Campos Neto ressaltou a importância de ter firmeza para ‘dizer não quando necessário’, segundo suas próprias palavras.
Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central (BC), discursou nesta quarta-feira (3) sobre suas intenções de promover uma transição suave para o próximo ocupante do cargo. O mandato de Campos Neto chega ao fim no dia 31 de dezembro deste ano. Ele destacou a necessidade de ter firmeza para ‘dizer não quando necessário’, evidenciando seu compromisso com a gestão responsável e assertiva da instituição.
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Campos Neto: Ciclo de Política Monetária com Prazo Diferenciado
Roberto Campos Neto ressaltou a importância de manter a coerência no ciclo de política monetária, destacando que este possui um prazo diferenciado. Durante o evento Bradesco BBI Brazil Investment Forum, em São Paulo, Campos Neto enfatizou a necessidade de realizar a sabatina do novo nome ainda este ano. ‘É crucial para a continuidade das ações, caso contrário, estaríamos lidando com um problema, considerando o término do meu mandato em 31 de dezembro’, pontuou.
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Para Campos Neto, a transição entre governos deve ser feita de forma civilizada, sem desgastes desnecessários. Ele ressaltou que as últimas decisões do Copom têm sido unânimes, sinalizando um caminho claro a seguir no cenário econômico atual.
Roberto Campos Neto: Desafios da Desinflação
O presidente do BC trouxe à tona os desafios do processo de desinflação no Brasil. Segundo Roberto Campos Neto, é fundamental compreender de onde virá a desinflação para traçar estratégias eficazes. ‘A desinflação global, em grande parte, tem sido impulsionada pela queda nos setores de energia e alimentos’, destacou.
Campos Neto ressaltou que, apesar da inflação de serviços estagnar em alguns países desenvolvidos, a realidade dos emergentes é distinta. Com a inflação cheia caindo e o núcleo de inflação ainda em declínio em muitos lugares, o cenário econômico se mostra desafiador. Ele salientou que a pandemia impactou significativamente a economia mundial, deixando uma alta precificação na dívida americana, o que considera curioso.
O Olhar de Campos Neto para o Cenário Econômico Global
Além disso, Campos Neto abordou a perspectiva da taxa neutra de juros e a liquidez presente na economia americana. Segundo ele, a modelagem desse indicador tornou-se mais complexa, tornando difícil prever seus movimentos. Mesmo com juros mais altos, a liquidez ainda persiste no mercado, levantando questionamentos sobre o endividamento gerado pela pandemia e as consequências disso a longo prazo.
O presidente do BC ressaltou a importância de se manter atento às questões fiscais, mencionando a postura do presidente do BC americano, Jerome Powell, em relação ao tema. A incerteza em torno do processo de desinflação e as projeções futuras sinalizam um cenário econômico desafiador, onde a atuação de Campos Neto se mostra fundamental para a estabilidade financeira do país.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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