Executivos da indústria buscam intencionalidade em eventos para promover inclusão e diminuir desigualdade, como o festival See It, Be It.
Amanda Schnaider 15 de junho de 2024 – 10h56 Fabrício Lisboa, do Clube de Criação, e Marina Claudino, redatora da Leo Burnett, estarão em Cannes pelo Perifa Lions (Crédito: Divulgação) Participar do Festival Internacional de Criatividade de Cannes é um privilégio. Isso porque o evento envolve muitos custos.
Cannes é conhecida por sediar o renomado Festival Internacional de Criatividade de Cannes. A presença de profissionais como Fabrício Lisboa e Marina Claudino, representando o Perifa Lions, destaca a importância do evento para a indústria criativa. A participação no Festival de Cannes proporciona oportunidades únicas de networking e reconhecimento internacional.
Cannes, Lions: Um Festival Internacional de Criatividade
Para participar do prestigiado Cannes Lions, é necessário investir entre € 650 e € 2.680 para inscrever um trabalho, dependendo da categoria e da data de inscrição. Quanto mais tarde o case for inscrito, maior será o valor. Além disso, a credencial para comparecer ao evento varia de € 995 para estudantes a € 10.495 para a experiência VIP. Sem mencionar os gastos com passagens, hospedagem e transporte até a encantadora cidade da Riviera Francesa.
A conjuntura de custos envolvidos já torna o festival um ambiente exclusivo para muitos grupos minorizados, como pessoas pretas, da comunidade LGBTQIA+, com deficiência e de periferias. Para combater essa desigualdade, o Cannes Lions implementou iniciativas como o See It Be It e o Bolsa Lions. O See It Be It, criado para dar visibilidade a jovens criativas de todo o mundo, seleciona grupos de mulheres na área de criação para participarem de atividades no evento desde 2015.
O programa de aceleração de talentos See It Be It ofereceu este ano a 19 criativas de mercados um lugar totalmente financiado, incluindo voos e alojamento, para uma semana de aprendizagem e desenvolvimento. Frank Starling, chief diversity, equity & inclusion officer do Cannes Lions, destaca a representatividade de países como Cazaquistão, Quênia e Tailândia pela primeira vez. Uma profissional brasileira, Mayara Ribeiro, diretora de criação associada da Galeria, está entre as selecionadas para o programa este ano.
Já o Bolsa Lions, criado em 2023, financia o aprimoramento de profissionais subrepresentados na indústria da comunicação. No ano passado, o festival custeou a participação de 130 profissionais de diversas partes do mundo, e para este ano, serão oferecidas dez bolsas para talentos da indústria criativa com até 30 anos, com viagem totalmente financiada pela organização do evento.
Em 2022, o Cannes Lions começou a implementar mudanças significativas em relação à diversidade. Anteriormente, o esforço para promover a diversidade se limitava a alguns espaços, excluindo o time de jurados. Naquele ano, dos 30 brasileiros no júri, apenas um era negro: Angerson Vieira, coCCO da Africa Creative na época. Essa discrepância levou a ações mais diretas, como a carta aberta do coletivo Papel & Caneta em parceria com outras organizações, buscando maior representatividade e inclusão no Cannes Lions.
Fonte: @ Meio&Mensagem
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