Renato Franklin destaca retomada do fluxo de caixa e ajustes operacionais para otimização de resultados em 2024, após plano de reestruturação.
O Grupo Casas Bahia continuou enfrentando desafios no último trimestre, resultando em mais um período de prejuízo para a empresa. Mesmo com os esforços para melhorar a situação, o prejuízo líquido se manteve significativo, impactando os resultados financeiros da organização.
A queda na receita líquida foi um dos fatores que contribuíram para o prejuízo no trimestre, evidenciando a necessidade de novos ajustes operacionais para reverter esse cenário desfavorável. Os impactos negativos no desempenho da empresa reforçam a importância de estratégias mais eficazes para garantir a sustentabilidade financeira no longo prazo.
Transformação e otimização: o impacto do prejuízo nos balanços da Casas Bahia
Segundo o balanço divulgado na segunda-feira, 25 de março, a companhia fechou o quarto trimestre de 2023 com prejuízo líquido de R$ 1 bilhão, um forte aumento frente à perda de R$ 163 milhões apurada no mesmo período de 2022. A receita líquida recuou 16,2%, para R$ 7,4 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado caiu 74,1%, a R$ 163 milhões.
O resultado manteve a sequência negativa da companhia na última linha de seu balanço – nos últimos seis trimestres, a companhia apresentou prejuízo líquido em cinco deles. Apesar disso, o CEO Renato Franklin diz que há motivos para comemorar o desempenho apurado nos últimos três meses do ano passado.
Mesmo com mais um trimestre de prejuízo nas costas, ele destaca que, pela primeira vez, em quatro anos o fluxo de caixa livre ficou positivo, um indício que aponta para dias melhores a partir da segunda metade do ano e com retomada consistente em 2025.
Plano de reestruturação e ajustes operacionais: impactos para a Casas Bahia
‘Até setembro, eu vinha num tom muito preocupado com a capacidade de execução, de transformar a companhia, mas de novembro para cá estamos numa outra toada, com o fluxo de caixa refletindo as entregas’, diz Franklin ao NeoFeed.
Ele destaca que a Casas Bahia fechou 2023 com um fluxo de caixa livre, excluindo os efeitos da renovação do acordo com o Bradescard, positivo de R$ 648 milhões, depois de ficar negativo nos últimos três anos. Para Franklin, trata-se de uma sinalização de que a reestruturação baseada no back to basics, com foco na venda de linha branca e eletroeletrônicos, está começando a apresentar resultados.
O fluxo de caixa era um dos primeiros pontos que se propôs a melhorar. Em entrevista ao NeoFeed, publicada em dezembro do ano passado, ele esperava uma reação nesta frente em 2024. Segundo ele, a execução do plano de transformação avança fortemente, com progresso das iniciativas, com impacto positivo de até R$ 1,6 bilhão sobre o resultado final.
Redução de estoques e otimização do quadro de funcionários: estratégias da Casas Bahia
A companhia se propôs a reduzir em R$ 1 bilhão os estoques mais antigos e de categorias não core. No quarto trimestre, na comparação com o mesmo período de 2022, houve redução de R$ 1,2 bilhão em estoques. A Casas Bahia também reduziu o quadro de funcionários em 2023 em 8,6 mil posições, equivalente a cerca de 20% do total.
‘Nosso plano é de 18 meses, queremos transformar a companhia até o final de 2024. Mas quando a gente pega as alavancas que a gente se propôs a entregar, estamos conseguindo superar as expectativas’, diz. ‘Tudo isso deixa a companhia mais leve para entrar em 2024 e para o que queremos em 2025.’ Os números contábeis mostram que os ajustes operacionais não vem sem custos no curto prazo.
Renegociando dívidas e analisando o impacto financeiro
Entre movimentos de redução de estoques, otimização do quadro de funcionários, fechamento de lojas e baixa de ativos, além da provisão referente à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o diferencial de alíquotas (Difal) do ICMS, tomada no ano passado, o balanço da Casas Bahia sofreu com um impacto de cerca de R$ 600 milhões no quarto trimestre.
A evolução do caixa Apesar dos impactos dos ajustes, Franklin destaca que eles ‘resolveram’ boa parte dos problemas da companhia. E, a partir de agora, a Casas Bahia não deve mais registrar impactos tão relevantes, considerando que o grosso dos ajustes foi feito. ‘No primeiro trimestre de 2024, veremos um trimestre um pouco mais limpo’, diz.
Perspectivas futuras e alavancagem financeira
‘No segundo trimestre, vamos capturar mais alavancas, e no quarto trimestre de 2024 vamos ver um trimestre muito melhor.’ Por conta desses ajustes, Franklin diz que a Casas Bahia deve ser uma companhia com um GMV menor, porque parou de apostar em segmentos que levavam a perda de dinheiro, mas muito mais rentável, além de reestruturar canais de vendas e ser mais racional em termos de preços.
E vai começar a falar de expectativa de lucro mais para o meio do ano. ‘A evolução do quarto trimestre foi caixa, não P&L [demonstrativo de lucro ou prejuízo]. Agora precisamos começar a rodar a companhia limpa, voltar a comprar mercadoria no mesmo volume que comprávamos, com a margem normalizando’, diz.
‘Estou feliz com a operação e o macro da economia.’ Na frente financeira, um dos principais movimentos foi a renegociação de R$ 1,5 bilhão em dívidas que venciam em 2024 e 2025, anunciado em fevereiro, com um novo vencimento, em 36 meses e custo de CDI mais 4% ao ano.
Fonte: @ NEO FEED
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