Advogados que utilizam IA e bancos de dados terão vantagem nos negócios jurídicos, sem serem substituídos pela tecnologia.
A inteligência artificial (IA) generativa nunca irá substituir, completamente, os advogados. Mas, os advogados que dominarem a inteligência artificial irão superar aqueles que não o fizerem, especialmente nas bancas de maior renome. Freepik De toda forma, a IA vai tomar uma parte significativa das atividades diárias dos advogados.
Com a evolução da inteligência artificial, é essencial que os profissionais do direito estejam abertos a incorporar ferramentas de inteligência generativa em suas rotinas. Aqueles que resistirem a essa mudança podem se ver em desvantagem em um mercado cada vez mais competitivo. Portanto, a adaptação à IA é fundamental para aprimorar a eficiência e qualidade dos serviços jurídicos prestados.
Impacto da Inteligência Artificial na Advocacia
Muitas das responsabilidades atualmente atribuídas a novos advogados e assistentes jurídicos, como pesquisa de leis, precedentes judiciais e bancos de dados, estão caminhando para serem realizadas por ferramentas de IA, conforme previsão de advogados nos Estados Unidos. Por isso, é crucial que esses profissionais dominem a utilização da inteligência artificial para não se tornarem dispensáveis.
Nos EUA, uma das consequências mais marcantes da implementação dessas ferramentas, que já está em andamento de forma progressiva, é a perspectiva de que a inteligência artificial generativa terá um impacto significativo no sistema de horas faturáveis na advocacia. Esse sistema começou a ser adotado pela maioria das bancas de advocacia em meados da década de 1970, visando, entre outras coisas, aumentar a receita das bancas.
Com o advento da IA generativa, tarefas que demandariam várias horas para serem concluídas agora podem ser realizadas em questão de minutos. Isso certamente terá repercussões no modelo de negócios das bancas, que terão menos horas disponíveis para faturar e, consequentemente, uma redução nas receitas a serem contabilizadas. Medidas como redução de pessoal e corte de despesas serão necessárias.
Inicialmente, as bancas poderão observar um aumento nos lucros devido à economia de tempo e recursos humanos. No entanto, os clientes logo irão exigir que essas economias sejam repassadas a eles. Isso levará as bancas a negociar com os clientes seus métodos de faturamento.
Embora o sistema de horas faturáveis possa permanecer em alguns casos, visto que alguns clientes valorizam o tempo dedicado por seus advogados, muitas bancas podem precisar retornar ao sistema de honorários convencionais, baseados no valor estimado da causa. De fato, 67% dos clientes preferem esse modelo. Alternativamente, arranjos híbridos que combinam honorários convencionais com faturamento por hora de trabalho podem se tornar mais comuns.
Funções da Inteligência Artificial Generativa na Advocacia
Os advogados continuarão desempenhando suas funções fundamentais de representar os interesses dos clientes em tribunais, realizar reuniões e se comunicar com os clientes (em parte), e exercer suas atividades intelectuais, como elaborar estratégias em diferentes etapas de um processo.
No entanto, a inteligência artificial poderá assumir algumas tarefas essenciais, como realizar pesquisas, redigir rascunhos de petições, analisar documentos da parte contrária para auxiliar na identificação de argumentos mais fortes e fracos, sugerir contestações e estratégias, ajudar na formulação de perguntas para depoimentos e testemunhos, além de agilizar os fluxos de trabalho.
Uma das empresas concorrentes no mercado, a Thomson Reuters, lançou o CoCounsel Core, um assistente jurídico impulsionado por inteligência artificial generativa, que destaca as funções que sua máquina pode desempenhar, como preparar o advogado para interrogar testemunhas e realizar pesquisas em bancos de dados específicos.
Fonte: © Conjur
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