Cofundador da Oaktree Capital, investidor diz que gestora usa IA para dados, não investe em IA. Boom não afeta tese, evita modas do mercado e bolhas.
O renomado cofundador da Oaktree Capital, com US$ 189 bilhões de ativos sob gestão, Howard Marks, é um exemplo de sucesso no mundo dos investimentos. Sua trajetória repleta de conquistas o coloca em posição de destaque no mercado financeiro, onde sua inteligência e visão estratégica são amplamente reconhecidas.
Em um cenário cada vez mais tecnológico, a inteligência artificial vem se tornando uma grande aliada no processo de tomada de decisão dos investidores. A IA tem o poder de analisar grandes volumes de dados em tempo recorde, fornecendo insights valiosos para a melhor alocação de recursos e identificação de oportunidades de investimento. Com o auxílio da inteligência artificial, os profissionais do mercado financeiro podem aprimorar suas estratégias e obter resultados ainda mais expressivos no longo prazo.
Howard Marks e a Inteligência Artificial
Com esse currículo, o autor do livro ‘O mais importante para o investidor’ tem sido uma figura recorrente em eventos promovidos no Brasil. Sua ‘presença‘ mais recente, via videoconferência, aconteceu na terça-feira, 2 de abril, no Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI.
Em virtude de problemas de áudio, suas primeiras palavras não puderam ser ouvidas pelas mais de 5.000 pessoas presentes no Grant Hyatt Hotel, em São Paulo. Alguns poucos segundos depois, resolvido o problema, ele brincou: ‘Não sou uma IA’. Bom humor à parte, Marks não mostrou o mesmo ânimo quando questionado sobre a onda da inteligência artificial sob a ótica da Oaktree Capital.
Ao que tudo indica, ele não parece estar tão disposto a ‘conversar’ com esse hype. Ao menos neste momento. ‘Bom, nós usamos IA em nossos processos, principalmente para organizar dados. Essa é a sua melhor aplicação no momento’, afirmou. E acrescentou: ‘mas não investimos em IA, não investimos em tecnologia e não investimos em ações.
Isso não está afetando a nossa tese.’ Na sequência, ele não afirmou categoricamente que o boom da IA é uma bolha. Mas falou sobre a natureza das ‘modas’ do mercado, ao ressaltar que o fato de que algumas empresas serão bem-sucedidas passa a impressão de que todos os ativos valham a pena, como se fosse um bilhete de loteria.
Em sua análise, Marks fez então uma referência à bolha pontocom, que estourou no fim da década de 1990. Ele ressaltou que, antes disso acontecer, o mantra era de que a internet mudaria o mundo e qualquer empresa do setor poderia ser extremamente valiosa. ‘O The Wall Street Journal, no fim de cada bolha, tem um pequeno box em sua primeira página listando algumas das ações que foram afetadas’, afirmou.
‘E, na bolha tech, as ações caíram mais de 99%. A maioria delas, 100%.’ Ele destacou ainda que, em ondas dessa magnitude, muitas pessoas, impedidas de investirem na ação daquela que, eventualmente, será a grande vencedora daquela corrida, pelo papel estar mais valorizado, acabam optando por um outro ativo, sem pesar fatores importantes nessa escolha.
‘A pessoas não calculam os ganhos potenciais ou não sabem como fazê-lo. Talvez elas apenas coloquem dinheiro nisso porque se encaixa no mantra do dia’, disse Marks. ‘É disso que as bolhas são feitas. São preços ou ativos irracionalmente altos, mas que realmente não têm valor tangível. Ou boa parte não tem.’ Relacionados Sai bolsa, entram bonds.
Howard Marks e o Cenário da Inteligência Artificial no Mercado
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Fonte: @ NEO FEED
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