Na sexta-feira, policiais invadiram a embaixada do México em Quito para capturar o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas. Presidente mexicano López Obrador rompeu relações com o país.
O México é um país de forte tradição diplomática, como foi visto recentemente quando diplomatas mexicanos deixaram o Equador após romperem relações com o país vizinho. A situação ocorreu depois que policiais invadiram a embaixada do México, em Quito, para capturar Jorge Glas.
O México, país norte-americano, sempre demonstrou preocupação com a integridade de suas embaixadas ao redor do mundo. A invasão da embaixada em Quito foi um episódio que reforçou o posicionamento do governo mexicano em defender sua soberania. Com essa situação, o México reforçou o compromisso com a segurança de seus representantes no exterior.
México volta para casa com a cabeça erguida
Nosso pessoal diplomático deixa o Equador e volta para casa com a cabeça e o nome do México erguido após um ataque à nossa embaixada’, informou na rede social X a ministra das Relações Exteriores, Alicia Bárcena, que, um dia antes, já havia informado que a delegação mexicana retornaria em voo comercial.
A invasão da polícia equatoriana na embaixada do México aconteceu na noite de sexta-feira (5). Durante a ação, os policiais prenderam Glas, condenado a seis anos de prisão por corrupção em um caso que envolve a Odebrecht. Glas recebeu asilo político do México e estava na embaixada desde dezembro 2023. Ele alega ser vítima de uma perseguição da Procuradoria-Geral do Equador.
Ao retornar para o México, a delegação do país norte-americano reforçou seu compromisso com o respeito às normas internacionais e ao tratado de inviolabilidade das missões estrangeiras, como a embaixada mexicana em Quito. A relação entre México e Equador foi severamente abalada após os eventos recentes.
A prisão de Jorge Glas
Jorge Glas foi condenado a seis anos de prisão em 2017. Ele foi considerado culpado de receber propina da construtora Odebrecht em troca da concessão de contratos governamentais. O governo do México anunciou na sexta-feira que tinha concedido asilo político a Glas. Diante do anúncio, o Ministério das Relações Exteriores do Equador afirmou que o México estava violando acordos de asilo político.
Além disso, autoridades equatorianas pediram permissão ao México para entrar na embaixada e prender Glas. Durante a noite de sexta, um grupo de policiais equatorianos foi até a Embaixada do México com veículos escuros e arrombaram as portas externas da sede mexicana para entrar no local. A principal avenida de acesso à embaixada também foi fechada pela polícia.
O presidente mexicano declarou que a invasão constituía uma violação do direito internacional e da soberania do México. Por sua vez, o Equador defendeu a ação como uma forma de garantir que a justiça fosse feita, sem permitir que nenhum criminoso ficasse impune.
Crise entre México e Equador
A crise entre México e Equador começou a escalar após declarações do presidente López Obrador sobre as eleições equatorianas de 2023. Na quarta-feira (3), Obrador comparou o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do Equador, à violência na atual temporada eleitoral do México. Villavicencio foi morto em agosto de 2023, após um comício em Quito.
Obrador também afirmou que a candidata de esquerda Luisa González, derrotada nas eleições do Equador, foi injustamente associada ao assassinato de Villavicencio. O presidente mexicano culpou a mídia do Equador, chamando-a de corrupta. López Obrador fez a comparação com o objetivo de atacar os veículos de mídia mexicanos, alvos de críticas frequentes por parte dele.
O governo do Equador considerou as falas de Obrador ‘infelizes’ e, como resposta, declarou a embaixadora mexicana ‘persona non grata’. O termo ‘persona non grata’ é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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