Retaliação de Israel em crise no Oriente Médio gera aversão a risco; investidores buscam segurança em ouro, títulos americanos e dólar.
Hoje, no decorrer desta terça-feira (16), o dólar encerrou o dia em elevação expressiva de 1.56%, alcançando R$ 5,2632. Este valor representa um aumento significativo em relação aos últimos dias. Atualmente, a tendência de alta da moeda americana preocupa investidores em todo quase o mercado financeiro.
A valorização do dólar nas últimas semanas tem impactado diversos setores da economia brasileira, complicando as projeções econômicas do país. A incerteza em relação ao futuro da moeda americana persiste, intensificando a volatilidade no mercado cambial e criando um cenário desafiador para o comércio internacional.
Dólar: Aversão a Risco e Crise no Oriente Médio Impulsionam Investimentos Seguros
O cenário econômico global tem sido marcado por uma forte aversão a risco, desencadeada pela crise no Oriente Médio, o que tem impactado diretamente os mercados financeiros. A busca por ativos considerados mais seguros, como o ouro, títulos públicos americanos e, claro, o Dólar, tem se intensificado. Esse movimento é reflexo da incerteza gerada pela situação no Oriente Médio, onde a possibilidade de um conflito entre Irã e Israel ainda paira sobre os investidores.
Marília Fontes, sócia da casa de análises Nord, ressalta a preocupação do mercado com a escalada do conflito na região. Embora as ações do Irã até agora tenham sido limitadas, o receio de uma retalização de Israel permanece, mantendo os investidores em alerta máximo. Essa tensão tem contribuído significativamente para um aumento da aversão a risco nos mercados, afetando não apenas as moedas emergentes, mas também a performance das bolsas ao redor do mundo.
Além da instabilidade geopolítica no Oriente Médio, o Dólar também tem sido influenciado por questões domésticas, como a mudança da meta fiscal no Brasil. A confirmação das expectativas do governo em revisar a meta fiscal para 2025, anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve impacto imediato na taxa de câmbio. A nova meta de déficit zero para o próximo ano representa uma mudança significativa em relação à meta anterior de superávit primário de 0,5% do PIB.
Como resultado da notícia sobre a meta fiscal revisada, o Dólar atingiu suas máximas diárias, chegando a ser cotado a R$ 5,22, representando uma alta de 1,83%. Esse movimento no mercado cambial brasileiro também foi impulsionado por indicadores econômicos fortes vindos dos Estados Unidos. Os investidores continuam digerindo os dados de varejo do país, que surpreenderam ao apresentar um crescimento de 0,7% em março, superando as expectativas do mercado.
A interpretação desses números sugere preocupações com possíveis pressões inflacionárias, levando a movimentos adicionais no mercado de câmbio. Operadores apontam também para fatores técnicos, como o fechamento de posições de investidores estratégicos, como parte do cenário que tem impulsionado a volatilidade no contexto atual. Nesse ambiente de incertezas e reajustes constantes, o Dólar continua a ser o centro das atenções dos investidores em meio a um cenário global cada vez mais complexo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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