Decepção com a China, risco fiscal e inflação americana alta impulsionaram a moeda. Taxa de juros e imposto de renda influenciam o mercado americano e o índice de preços.
O dólar iniciou essa sexta-feira (11) com uma leve desaceleração, mas rapidamente reverteu o movimento e começou a subir de forma consistente. No entanto, ao longo da tarde, a moeda americana perdeu fôlego e reduziu seus ganhos, influenciada por uma fraqueza global. A alta do dólar foi um dos principais destaques do dia.
A moeda americana fechou a sessão com um aumento de 0,50%, atingindo R$ 5,614, o maior nível em um mês. Esse valor é próximo ao registrado no dia 12 de setembro, quando a moeda fechou a R$ 5,619. A variação do dólar é um indicador importante para a economia brasileira, e sua alta pode ter impactos significativos no comércio internacional. A estabilidade da moeda é fundamental para o crescimento econômico.
Flutuação do Dólar
A moeda americana experimentou uma alta significativa na semana, registrando um aumento de 2,92%, o maior em quase três meses. Essa variação é semelhante à observada na semana encerrada em 19 de julho, quando a moeda americana avançou 3,18%. A falta de estímulos da China, o risco fiscal nacional persistente e a inflação americana resiliente contribuíram para essa alta.
Hoje, o dólar americano apresentou uma leve queda de 0,07% em relação às moedas pares, enquanto recuou 0,83% em relação ao peso mexicano e 0,67% em relação ao rand sul-africano, moedas de países em desenvolvimento consideradas semelhantes ao real brasileiro.
Impacto Fiscal e Risco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu novamente a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas que ganham até R$ 5 mil. Essa afirmação foi feita em entrevista à Rádio O Povo/CBN, do Ceará. No entanto, economistas alertam que a reforma do IR traria mais incertezas sobre as despesas do governo e teria um impacto fiscal relevante.
O mercado se descolou do exterior e ficou um pouco de cabelo em pé hoje por conta do risco fiscal, aponta Alexandre Viotto, diretor de mesa de câmbio da EQI Investimentos. ‘A diminuição da arrecadação, com a reforma do IR, não é boa para equilibrar as receitas e despesas do governo, que já estão pressionadas’. Para Viotto, o dólar pode testar os R$ 5,70 com esses temores, em conjunto com dados que mostram que a economia americana segue resiliente.
Taxa de Juros e Índice de Preços
Ontem, dirigentes do banco central americano apontaram que a taxa de juros pode ficar inalterada em novembro. No entanto, hoje houve algum alívio vindo do mercado americano, razão pela qual o dólar ficou praticamente parado lá fora. O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos ficou inalterado em setembro, abaixo das expectativas dos analistas, que projetavam alta de 0,1%. Em agosto, o indicador havia subido 0,2%. Nos 12 meses encerrados em setembro, avançou 1,8%.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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