Eletrobras e AGU relatam avanços significativos nas negociações na petição enviada à Comissão de Valores Mobiliários, mencionando a Administração Pública Federal, Mediação e Conciliação, e a anuência da pasta para expansão de linhas.
A Eletrobras, em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU), apresentou uma petição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o intuito de prorrogar, por 60 dias adicionais, as negociações em andamento desde o início do ano.
Visando um ajuste temporal necessário, a petição pleiteia a extensão do prazo em consideração à complexidade das discussões em curso. A Eletrobras, como uma das maiores empresas do setor elétrico do país, busca, por meio desse pedido, garantir um período mais amplo para a conclusão satisfatória desse processo. A Companhia, ao lado da AGU, trabalha incansavelmente para encontrar soluções viáveis dentro do marco legal estabelecido, reforçando o compromisso da Eletrobras com a transparência e a eficiência em suas operações.
Avanços nas Negociações entre Eletrobras e União
A Câmara de Mediação e Conciliação da Administração Pública Federal (CCAF) foi constituída pelo ministro Nunes Marques com o objetivo de buscar uma solução consensual e amigável no caso envolvendo o poder de participação do governo na Eletrobras, uma das maiores empresas de energia elétrica do país. Nesse contexto, Eletrobras e a AGU (Advocacia-Geral da União) enviaram uma petição à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), destacando que as negociações avançaram significativamente nos últimos dias, restando apenas alguns pontos em aberto. Essa evolução justifica a prorrogação das conversas.
Segundo as partes envolvidas, há uma expectativa de que as negociações sejam concluídas nos próximos dias, culminando na convocação de uma assembleia de acionistas pela Eletrobras em fevereiro para deliberar sobre o tema. Embora o documento não especifique quais pontos ainda estão em aberto nas negociações, reitera que há um acordo sobre a manutenção do limite no poder de voto na Eletrobras, aumento nas vagas que a União terá no conselho e desoneração de investimentos em Angra 3.
Análise de Mercado e Expectativas
Para os analistas do mercado, a extensão do prazo nas negociações entre Eletrobras e União era algo esperado e, dessa vez, deve realmente resultar em um acordo para encerrar o caso envolvendo o poder de voto na companhia, como afirma o Citi. O analista João Pimentel destaca que o caso vem se arrastando desde o início de 2024, mas uma solução precisa ser alcançada a tempo da assembleia anual da Eletrobras em abril para que o conselho seja recomposto nos termos do acordo.
Ele ressalta que uma solução não só tiraria um ponto de pressão importante nas ações da Eletrobras, mas também abriria espaço para o pagamento de dividendos maiores a partir dos próximos anos. Além disso, nota que um acordo definitivo deve ser assinado somente no fim de janeiro, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltar de férias, uma vez que é necessária a Anuência da pasta.
Recomendações e Previsões
O Citi mantém recomendação de compra para Eletrobras, com preço-alvo em R$ 54 para as ações ordinárias, representando um potencial de alta de 53,6% sobre o fechamento anterior. Já o Itaú BBA revisou o preço-alvo das ações ordinárias de Eletrobras de R$ 59,60 para R$ 54,90, mantendo a recomendação de compra e indicando um potencial de alta de 56,8% sobre o fechamento anterior.
Os analistas do Itaú BBA, liderados por Marcelo Sá, destacam que a Eletrobras vem avançando em iniciativas importantes, como as negociações com a União e investimentos em expansão de linhas de transmissão, que podem gerar valor à companhia. No entanto, notam que o cenário macroeconômico atual, com juros mais altos e cenário de preços de energia mais pressionados, além de mudanças na estrutura tributária da companhia pós-reforma, acaba impactando as estimativas de resultados.
Por fim, o BTG Pactual vê a notícia como um encerramento positivo de um ano onde a companhia realizou avanços importantes. Os analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken, e Maria Resende escrevem que a sinalização de que o acordo deve ser assinado até fevereiro é sinal de que a maior parte das diferenças já foram acertadas entre as partes. Além disso, destacam que a Eletrobras conseguiu se retirar dos riscos envolvendo a Amazonas Energia e fez avanços significativos nas negociações, o que pode trazer benefícios à empresa.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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