Projeto com inteligência artificial coletou dados de mais de 500 mil pessoas na Espanha, incluindo reconhecimento por íris, antes de ser interrompido em março pela Agência Espanhola de Proteção de Dados.
A Agência Espanhola de Proteção de Dados, órgão responsável pela fiscalização da proteção de dados na Espanha, determinou que a empresa World exclua imediatamente todos os dados biométricos coletados por meio do escaneamento de íris no país.
Essa decisão foi motivada pela suspeita de que o empreendimento pode estar violando as regras de proteção de dados da União Europeia. A exclusão desses dados biométricos visa proteger as informações pessoais dos cidadãos e garantir que os registros biométricos sejam tratados com o devido cuidado e sigilo. A proteção de dados biométricos é fundamental para a segurança dos cidadãos. Além disso, é essencial que as empresas respeitem as leis de proteção de dados para manter a confiança dos usuários.
Dados biométricos: A World, projeto do criador do ChatGPT, é obrigada a excluir dados biométricos de usuários na Espanha
A World, uma iniciativa criada pelo bilionário Sam Altman, cofundador da OpenAI, foi ordenada a excluir os dados biométricos de usuários na Espanha, segundo a Agência Espanhola de Proteção de Dados. A decisão foi mantida pelo Tribunal Supremo da Espanha, rejeitando um recurso movido pelos proprietários da organização. A World disse que a operação na Espanha está em uma pausa temporária por iniciativa própria do projeto.
Proteção de dados biométricos: A World coleta dados em 20 pontos de São Paulo
No Brasil, a World está coletando dados em 20 pontos de São Paulo. Até o momento, a empresa afirma ter escaneado as íris de 189 mil pessoas no país. Quem aceita oferecer seus dados biométricos recebe tokens da Worldcoin, moeda digital da empresa que pode ser convertida para o real. O projeto levanta questionamentos sobre como vai tratar informações biométricas de milhões de pessoas e qual é a finalidade da coleta desses dados, que são considerados sensíveis pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Reconhecimento de íris: A World quer substituir o Captcha
Segundo a organização, o escaneamento da íris tem como objetivo auxiliar na distinção entre humanos e robôs criados por inteligência artificial (IA). Entre os potenciais usos da inovação está a prevenção de perfis falsos em sites e redes sociais, por exemplo. A ideia da World é que essa tecnologia ainda substitua o Captcha, uma ferramenta de segurança usada por vários sites para certificar que quem está acessando é um humano e não um robô.
Dados pessoais: A World afirma que os dados biométricos são apagados logo em seguida
A ‘foto’ da íris da pessoa é tirada com a câmera Orb e é usada para criar um código numérico para identificar cada usuário. De acordo com a World, os dados biométricos são apagados logo em seguida. A estrutura da World tem três frentes: World ID, Token Worldcoin (WLD) e World App.
Privacidade: A World enfrenta preocupações globais sobre privacidade
A decisão da Espanha segue uma preocupação global sobre privacidade dentro deste projeto criado por Sam Altman, CEO da OpenAI (empresa do ChatGPT). Em novembro, a República Dominicana também suspendeu o escaneamento no país. A World está coletando dados em 20 pontos de São Paulo e afirma ter escaneado as íris de 189 mil pessoas no país.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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