Plataforma de energia renovável é pioneira na América Latina a obter certificação de crédito de carbono, visando lucrar com mercado voluntário e valorizar ativos.
Com a crescente relevância do crédito de carbono no cenário global, a Essentia Energia está empenhada em explorar as possibilidades que surgem nesse promissor mercado. A empresa pretende utilizar os projetos de seu portfólio para se destacar e se inserir de forma estratégica nesse contexto, que promete gerar grandes oportunidades. Estima-se que o Brasil poderá movimentar cerca de US$ 120 bilhões com iniciativas relacionadas à sustentabilidade e créditos de carbono até 2030, consolidando-se como um ator significativo nesse cenário.
Além de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, a busca por créditos de carbono permite que as empresas alcancem a certificação de projetos e realizem a compensação de emissões de maneira eficiente e transparente. Essas práticas não só beneficiam o meio ambiente, mas também agregam valor à imagem das organizações, demonstrando compromisso com a sustentabilidade. Dessa forma, a Essentia Energia planeja não apenas se posicionar no mercado de crédito de carbono, mas também fortalecer sua atuação por meio de iniciativas alinhadas com as melhores práticas ambientais e sociais.
O Potencial dos Créditos de Carbono na Geração de Energia Renovável
Com o auxílio da Future Carbon, consultoria especializada em sustentabilidade liderada por Fabio Galindo, ex-presidente da Aegea, a plataforma de energia renovável do Pátria Investimentos obteve a certificação do Parque Solar Sol do Sertão pelo Global Carbon Council (GCC), um programa voluntário de compensação de emissões, permitindo sua operação com créditos de carbono. Este foi o primeiro projeto de geração de energia na América Latina a receber a certificação do GCC, o que abre novas oportunidades para a Essentia, como a possibilidade de comercializar esses créditos no mercado voluntário de carbono.
Leonardo Serpa, CEO da Essentia, destaca a importância de maximizar o valor dos ativos da empresa, ressaltando o papel crucial do crédito de carbono nesse contexto. Localizado em Oliveira dos Brejinhos, Bahia, o Parque Sol do Sertão começou a operar no final de 2021, após um investimento de aproximadamente R$ 1,4 bilhão para sua implementação, com capacidade para gerar 474 megawatts.
A auditoria realizada pelo GCC apontou que o parque deve emitir cerca de 345 mil toneladas de carbono por ano ao longo de uma década. Eduardo Bechara De Rosa, CFO da Essentia, menciona as projeções de receita proveniente da venda dos créditos, embora ressalte as flutuações nos valores, já que o carbono não é negociado como uma commodity padrão. Considerando um preço de US$ 5 por tonelada, De Rosa estima uma receita adicional de aproximadamente US$ 1,7 milhão por ano, equivalente a cerca de R$ 9 milhões.
Embora esse valor represente uma fração da receita total da Essentia, que atingiu R$ 180,5 milhões em 2023, a importância dos créditos de carbono como um complemento de receita é destacada pelo CFO. A certificação do Parque Sol do Sertão é parte de uma estratégia para aproveitar a sustentabilidade do projeto e agregar valor por meio dos créditos de carbono.
De Rosa revela que a empresa planeja obter a certificação para o complexo eólico Ventos de São Vítor, previsto para operar ainda este ano, com 14 parques e capacidade estimada de 465 MW. Quanto aos demais ativos da Essentia, o CFO destaca a necessidade de avaliar a viabilidade de aplicar o tema de crédito de carbono em projetos de portfólio futuros, considerando o sucesso obtido com o Parque Solar Sol do Sertão.
Fonte: @ NEO FEED
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