Pesquisadores da Universidade Cornell constataram transmissão de vírus entre gado, gatos e guaxinim. Casos registrados em abril geraram atenção especial da comunidade científica.
A disseminação da gripe aviária H5N1 tem sido monitorada de perto pela comunidade científica diante dos casos de infecção pelo vírus em profissionais que lidam com vacas leiteiras e em fazendas nos Estados Unidos — já foram identificados pelo menos 11 casos desde abril de 2022 —.
A propagação da influenza aviária é um desafio constante para os especialistas em saúde animal, que buscam conter a disseminação da gripe das aves H5N1 e proteger tanto os trabalhadores quanto os animais envolvidos — a cooperação internacional é fundamental para lidar com essa situação complexa.
Estudo revela transmissão de mamífero para mamífero da gripe aviária H5N1
Um estudo recente divulgado nesta quarta-feira, 24, destaca a importância do acompanhamento contínuo da gripe aviária H5N1, também conhecida como influenza aviária ou gripe das aves. A comunidade científica está dando uma atenção especial a esse tema, pois foi constatada a transmissão do vírus de mamífero para mamífero, o que representa um marco significativo na adaptação do patógeno e sua potencial manifestação em humanos.
Cientistas da renomada Universidade Cornell, em Nova York, conduziram a análise que encontrou evidências claras de que o vírus H5N1 circulou entre vacas, passando para gatos e até mesmo um guaxinim. Essas descobertas foram publicadas no periódico científico Nature, reforçando a importância de se monitorar de perto a propagação desse vírus altamente patogênico.
Diego Diel, professor associado de virologia e diretor do Laboratório de Virologia do Centro de Diagnóstico de Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Cornell, destacou que essa transmissão eficiente de mamífero para mamífero é um fenômeno inédito e preocupante.
Embora até o momento não tenham sido identificadas mutações no H5N1 que aumentem sua transmissibilidade para humanos, o sequenciamento completo do genoma realizado pelo grupo de Diel revelou que o vírus ainda não é altamente eficaz em infectar seres humanos. No entanto, a capacidade dos vírus de realizar mutações é uma característica que preocupa a comunidade científica.
A equipe de pesquisadores ressaltou que futuras mutações podem resultar em uma adaptação do vírus em mamíferos, o que poderia facilitar sua transmissão para humanos. A circulação do vírus em animais como gatos e guaxinins, além da possível contaminação por meio do leite de vacas infectadas, evidencia a necessidade de vigilância constante.
Os cientistas alertam para a alta capacidade do vírus H5N1 de infectar células da glândula mamária, o que pode resultar na eliminação de altas cargas virais infecciosas no leite de animais doentes. Essas descobertas são fundamentais para entender a propagação do vírus e adotar medidas preventivas adequadas.
Até o momento, foram registrados 11 casos em humanos nos Estados Unidos desde abril de 2022, sendo quatro relacionados a fazendas de gado e sete em granjas. Todos os pacientes apresentaram sintomas leves da doença, mas a possibilidade de uma transmissão mais eficiente do vírus em humanos no futuro é uma preocupação crescente na comunidade científica. A atenção e o acompanhamento contínuo desses casos são essenciais para evitar uma potencial pandemia de gripe aviária H5N1.
Fonte: @ Veja Abril
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