1.600.000 estudantes matriculados em licenciaturas, especialmente em Pedagogia, via modalidade EAD. CPC superior à media em Enade, formando profissionais em caixa de transição. (138 caracteres)
A Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) expressou inquietação diante da potencial homologação pelo Ministério da Educação (MEC) da deliberação do Conselho Nacional da Educação (CNE) que visa tornar mandatória a exigência de que cursos de licenciatura e Pedagogia tenham, no mínimo, 50% da sua carga horária em modalidade presencial.
Essa medida ressalta a importância do contato presencial para a formação dos estudantes, sem deixar de considerar a relevância das metodologias presenciais no processo educacional. É fundamental um equilíbrio adequado entre os elementos presenciais e virtuais para garantir uma formação de qualidade e eficaz aos profissionais da educação.
Desafios das Exigências Presenciais no Ensino Superior
De acordo com a instituição, milhões de brasileiros correm o risco de serem excluídos do ensino superior a partir desta medida. Atualmente, segundo a ABED, cerca de 3,5 milhões de pessoas cursam o ensino superior de forma remota. Destes, 1,6 milhão estão matriculados em cursos de licenciatura e podem ser afetados caso a mudança ocorra.
A Transição Gradual para a Modalidade Presencial
A CNN noticiou que o MEC pretende homologar a decisão do CNE e estabelecer um período de transição. Para o MEC, é preciso colocar um freio de arrumação na educação à distância. Fontes da pasta afirmam que esse tipo de curso de formação se espalhou pelo país — especialmente depois da pandemia de Covid-19 –, sem levar em conta critérios reais de qualidades de ensino.
O Desafio da Qualidade no Ensino a Distância
No início do mês, o Ministério da Educação divulgou uma pesquisa que mostra que apenas 450 cursos de ensino superior na modalidade EAD conseguiram notas 4 ou 5 no chamado Conceito Preliminar de Curso (CPC), ou seja, cerca de 26,6% dos cursos avaliados.
O presidente da ABED, João Mattar, argumenta que ‘quem está bancando isso em nome da qualidade, daqui a alguns uns anos será conhecido como um grupo que contribuiu para levar a formação de professores do Brasil a um número inviável’. Para ele, a atuação preventiva do Tribunal de Contas da União (TCU) para avaliar a qualidade da educação a distância mostrou que o formato tem apresentado problemas similares à modalidade presencial.
O Papel da Educação a Distância na Formação de Professores
De acordo com um estudo divulgado pelo ‘Todos pela Educação’ no final do ano passado, seis em cada dez formandos de cursos de licenciatura estudaram à distância. A formação de professores por EaD mais do que dobrou em uma década, entre 2012 e 2022, no Brasil.
A proporção é superior à média de outras profissões, com 31% dos concluintes tendo completado o ensino superior remotamente. Ainda de acordo com a pesquisa, nove dos cursos formadores de professores tiveram queda de desempenho no Enade em 2021 na modalidade EaD.
Desafios de Desempenho nas Diferentes Modalidades de Ensino
Além disso, a avaliação dos estudantes desta modalidade se distanciou da obtida por alunos de cursos presenciais. Um levantamento realizado pelo presidente da consultoria Hoper Educação, Adriano Coelho, com base nos dados do Enade 2021, mostra que houve um aumento de 8% de cursos de licenciaturas oferecidos no país, totalizando 4.750. Deste total, 271 cursos atingiram a nota máxima do exame, que mede o desempenho de estudantes do ensino superior no Brasil, o que representa 5,715 do total.
Fonte: © CNN Brasil
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