Fundação auxilia na resolução de conflitos em Terra Roxa envolvendo decisões judiciais, assistência a populações indígenas e ocupação de áreas rurais e urbanas.
A Funai manifestou, neste final de semana, sua posição contrária à decisão judicial que proíbe a instituição de prestar auxílio humanitário aos povos indígenas em uma região de retomada situada em Terra Roxa, no Paraná. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas considera a medida ‘inconstitucional e inconvencional’, conforme declarado em comunicado oficial.
A sentença emitida pelo juiz da 2ª Vara Federal de Umuarama, João Paulo Nery dos Passos Martins, estabelece que ‘a Funai deve se abster de fornecer lonas, madeiramento, ferramentas e outros materiais que possam ser utilizados na construção de abrigos/moradias às comunidades indígenas que ocuparam propriedades rurais nas cidades de Guaíra e Terra Roxa, no oeste paranaense’. A decisão judicial tem gerado controvérsias e desafios para a atuação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas na região em questão.
Funai: Fundação Nacional dos Povos Indígenas e sua Assistência Judicial
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas, conhecida como Funai, tem um papel crucial na proteção e promoção dos direitos das populações indígenas do Brasil. Recentemente, uma decisão judicial trouxe um impeditivo para a atuação da Funai, o que vai contra suas atribuições institucionais. A Funai está analisando as informações relacionadas ao caso e está em diálogo com a Advocacia-Geral da União (AGU) para contestar essa decisão que vai de encontro aos direitos fundamentais das comunidades indígenas.
A preservação dos direitos humanos é um dos pilares do Estado brasileiro, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em um julgamento recente, que o Poder Judiciário deve adotar medidas humanitárias para proteger os direitos fundamentais de populações vulneráveis em situações de conflitos fundiários. Essa decisão visa garantir a segurança e a integridade das comunidades indígenas em meio a disputas territoriais.
A Funai enfatiza que a decisão da 2ª Vara Federal de Umuarama (PR) vai de encontro aos deveres estabelecidos na legislação vigente, incluindo a ADPF nº 828. Além disso, a Funai destaca que a Lei nº 5.371/1967 atribui à instituição o dever de zelar pelos direitos dos povos indígenas e suas comunidades, incluindo o direito à integridade e à proteção judicial.
Em meio a conflitos na região de Terra Roxa, na Terra Indígena Guasu Guavirá, a Funai tem desempenhado um papel crucial na mediação e assistência às comunidades indígenas. A Coordenação Técnica Local em Guaíra tem trabalhado incansavelmente para conter a escalada da tensão e garantir a segurança dos povos indígenas. Com o aumento da violência e um indígena baleado, foi necessário o reforço de servidores de outras coordenações regionais da Funai, além do apoio de forças policiais como a Força Nacional de Segurança Pública e a Polícia Federal.
A presença policial na região foi solicitada pelo Ministério dos Povos Indígenas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, resultando na Operação Tekoha 4. Essa operação visa evitar atos de violência contra os indígenas e garantir seus direitos territoriais em meio a conflitos locais. A atuação conjunta das forças policiais tem sido fundamental para garantir a segurança das comunidades indígenas e evitar conflitos mais graves.
Além disso, a Funai tem acompanhado de perto a fiscalização da venda de combustíveis em áreas indígenas, como na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Derivados retomou as ações de fiscalização em parceria com a Força Nacional e a Polícia Federal para identificar possíveis irregularidades. Essas ações visam combater o uso ilegal de combustíveis e garantir a proteção do meio ambiente e dos direitos das comunidades indígenas em áreas rurais e urbanas.
Fonte: @ CNN Brasil
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