Gestoras de fundos e patrimônio usam referências culturais em cartas e mídias sociais para se comunicar com cotistas e pessoas fora da bolha do mercado financeiro.
Hoje em dia, as gestoras de investimento precisam ir além da simples gestão de ativos e se tornar verdadeiras parceiras dos investidores, oferecendo soluções personalizadas e estratégias de investimento inovadoras.
Com o aumento da complexidade dos mercados financeiros, as gestoras precisam se destacar em meio a uma concorrência acirrada entre administradoras, gerenciadoras e empresas de investimento. Para isso, elas precisam oferecer serviços de alta qualidade, como análise de risco e gestão de carteiras, além de manter uma comunicação transparente e eficaz com os investidores. A chave para o sucesso está em entender as necessidades específicas de cada cliente e oferecer soluções personalizadas. Além disso, as gestoras também precisam estar preparadas para lidar com os desafios do mercado, como a volatilidade e a incerteza, e encontrar oportunidades de crescimento em meio à turbulência. A inovação e a adaptação são fundamentais para o sucesso no mercado de investimentos.
As gestoras de fundos e a paixão pela cultura
Em um ano marcado por um desempenho positivo dos fundos de renda fixa e um cenário conturbado para os fundos de renda variável, as gestoras de investimento estão encontrando maneiras criativas de se comunicar com os cotistas e o público em geral. Uma dessas estratégias é a utilização de referências culturais, como músicas, livros e filmes, em suas cartas aos clientes, mídias sociais e patrocínios. Essa abordagem não apenas revela a paixão dos gestores por cultura, mas também demonstra o desejo de se conectar com pessoas fora da bolha do mercado financeiro, concentrado na Avenida Faria Lima, em São Paulo.
Um exemplo notável desse movimento é o patrocínio do Cine Belas Artes, um dos cinemas mais clássicos da capital paulista, pela gestora de fundos Reag Investimentos. A fachada do cinema está totalmente verde desde o início do ano, graças ao patrocínio de cinco anos da Reag, uma das maiores gestoras do país, com R$ 212 bilhões sob gestão. Embora o valor do patrocínio não tenha sido divulgado, essa ação chama a atenção por expor uma gestora de recursos em um espaço onde a maioria das pessoas não é investidora.
As gestoras de fundos e a democratização dos investimentos
Atrelar-se à cultura é uma tradição dos grandes bancos, mas essa é a primeira vez que a Reag Investimentos faz um investimento desse tipo. Até agora, a empresa concentrava seus investimentos sem objetivo de lucro no Instituto Atitude Fraterna. ‘Os consumidores de cultura não são necessariamente ricos, mas são mais antenados’, afirma Silvano Gersztel, sócio da Reag que coordenou o patrocínio ao Cine Belas Artes. ‘Com a democratização dos investimentos na última década, os gostos dos investidores mudaram e esse público está em espaços mais populares como o cinema’.
No mundo de hoje, as gestoras de fundos são diferentes das gestoras de patrimônio dos ricos, que não precisam informar sobre o que estão fazendo. Para as gestoras que estão ganhando escala, é mandatório ter transparência e não há mal nenhum em aparecer para captar investidores. É até um dever, afirma Gersztel. Ele se refere ao movimento de cada vez mais brasileiros estarem aplicando o seu dinheiro, com o incentivo dos influenciadores na internet e das plataformas de investimentos.
As gestoras de fundos e a comunicação com os cotistas
Antigamente era comum escutar que, no mercado financeiro, as casas que faziam muita propaganda estavam desesperadas para conquistar clientes. Agora, apesar de ainda existirem gestoras muito fechadas para se comunicar, cada vez mais casas estão dedicando energia e orçamento à comunicação com os cotistas e as pessoas em geral. É de bom tom traduzir a linguagem que falam, seja para se diferenciar em um mercado mais competitivo, com clientes mais informados e interessados, seja para dar satisfação sobre o que estão fazendo com o dinheiro dos cotistas. E as artes, como o cinema, a literatura e a música, ajudam a fazer isso.
A gestora de recursos Kinea Investimentos, também uma das maiores dessa indústria, com R$ 146 bilhões sob gestão, é reconhecida no mercado financeiro pelas suas cartas aos cotistas, que frequentemente incluem referências culturais. As administradoras, gerenciadoras e empresas de investimento estão percebendo a importância de se comunicar de forma eficaz com os investidores e o público em geral, e a cultura é uma ferramenta valiosa para isso.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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