Golpistas tentaram ruptura institucional com a democracia, usando valores antidemocráticos para abalar o Estado Democrático de Direito.
A Polícia Federal concluiu, em seu relatório final sobre o golpe, que a tentativa de Jair Bolsonaro e aliados de promover uma ruptura institucional não foi bem-sucedida graças à resistência da maioria do Alto Comando do Exército e dos comandantes do Exército e da Aeronáutica no final de 2022. Esses líderes militares “não cederam a pressões golpistas” e, com isso, garantiram a estabilidade do estado democrático.
Conforme o relatório da PF, os comandantes do Exército e da Marinha não deram o suporte armado necessário para que o presidente da República consumasse o golpe de Estado. Essa decisão foi crucial para evitar uma ruptura violenta na ordem democrática. Além disso, o relatório destaca que a organização criminosa por trás do golpe não conseguiu se concretizar devido à falta de apoio militar. As conclusões dos investigadores foram entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF), abrindo caminho para novas investigações e possíveis responsabilizações.
Relatório da PF revela que grupo golpista atuou de forma coordenada para restringir o livre exercício do Poder Judiciário
Nesta terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, retirou o sigilo do documento. Moraes encaminhou o caso para a Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer, ou não, uma denúncia contra 37 indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe e organização criminosa.
Segundo a PF, a maioria do Alto Comando do Exército e os comandantes de Exército e Aeronáutica permaneceram, de forma ‘inequívoca’, ‘fieis aos valores que regem o Estado Democrático’. A consumação do golpe de Estado perpetrado pela organização criminosa não ocorreu, apesar da continuidade dos atos para conclusão da ruptura institucional, por circunstâncias alheias à vontade do então presidente da República Jair Bolsonaro.
Investigadores apontam que grupo golpista atuou de forma coordenada desde 2019
A finalidade, segundo os investigadores, era a obter vantagens com a manutenção de Jair Bolsonaro no poder. Os elementos de prova colhidos corroboram as hipóteses criminais enunciadas na presente investigação, demonstrando autoria e materialidade dos fatos apurados, fundamentando os indiciamentos descritos.
Em relação ao plano para matar o presidente eleito Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, revelado na semana passada pela Polícia Federal, os investigadores dizem que o grupo de militares, chamados de ‘kids pretos’, desistiu da ideia por falta de adesão de militares do Alto Comando do Exército.
Fonte: © Direto News
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