A obra em Perus se inspira na mitologia tupi-guarani. Arte urbana na zona leste que é uma manifestação do feminino e do divino.
Em um gesto de ressignificação do espaço urbano, a artista Tainha apresenta sua primeira grande produção, intitulada Tupã: Manifestação do Feminino Divino. Essa obra se insere no contexto do Museu de Arte Urbana (MAR), que busca transformar a cidade em um grande canvas de expressão artística. Nesse sentido, o grafite se torna uma ferramenta poderosa para a redefinição dos ambientes urbanos, conferindo-lhes uma nova identidade cultural e estética.
Outra obra que se destaca nesse contexto é La Ursa pelo Direito à Cidade, de autoria de Osù. Essa produção, dividida em duas partes, não apenas decora a paisagem urbana como também a transforma, criando novos murais e painéis que se tornam obras de arte em si mesmos. Ao contemplar essas criações, é possível perceber a cidade sob uma nova luz, onde o grafite assume um papel fundamental na construção de uma identidade urbana vibrante. A arte urbana tem o poder de transformar a cidade em um museu a céu aberto. E o grafite é uma das principais ferramentas para essa transformação.
Arte de Rua: Grafite Transforma Espaços Urbanos
Duas quebradas de São Paulo, em Perus e Jardim Matarazzo, receberam grandes murais grafitados nas laterais de condomínios populares no final do ano. Os grafites são de autoria de Tainha e Osù, que homenageiam, respectivamente, a mitologia indígena e a cultura popular pernambucana.
A artista Tainha registrou sua empena, um grande painel na lateral de um prédio, na rua Alagoa Nova, 98, em Perus, zona noroeste. A obra se chama Tupã: Manifestação do Feminino Divino, inspirada na mitologia tupi-guarani, que celebra as mães solo e sua capacidade de resistência e cuidado.
Já o grafite de Osù está localizado na Rua Japichaua, 506, no Jardim Matarazzo, zona leste da capital paulista. A obra se chama La Ursa, uma manifestação carnavalesca típica de Pernambuco, símbolo do poder cultural do povo nordestino.
Conexão entre Grafite e Cultura
Para Osù, há uma conexão forte entre o grafite e La Ursa. ‘É a vontade de estar na rua, de movimentar a cidade, de transformar o dia das pessoas e de levar alegria de alguma forma’, compara. ‘O grafite está ali, nas ruas, disponível para todos, assim como a La Ursa, que também cumpre esse papel’.
Já Tainha destaca a importância da arte urbana em ressignificar o espaço urbano. ‘Quando pintei meu primeiro mural e ouvi de um amigo que ele reconheceu um parente no rosto que fiz, percebi o poder dessa conexão’, diz.
Arte de Rua como Forma de Expressão
Os grafites de Tainha e Osù compõem o Museu de Arte de Rua (MAR), que busca promover a arte urbana como forma de expressão cultural. Com 375 metros quadrados, o grafite de Osù mostra, à esquerda, o percussionista que, à direita, aparece com a fantasia completa.
Tainha é produtora cultural e se apresenta como uma artista que ‘grafita, ilustra, tatua e outras coisitchas más’. Já Osù é um artista pernambucano com mais de uma década de dedicação à arte urbana, com temas que variam entre a espiritualidade ligada à Jurema e ao candomblé, além de vivências cotidianas de pessoas periféricas.
Arte de Rua como Forma de Transformação
Os grafites de Tainha e Osù são exemplos de como a arte de rua pode transformar os espaços urbanos e promover a cultura e a identidade local. Com suas obras, os artistas buscam conectar-se com a comunidade e promover a arte urbana como forma de expressão cultural.
Fonte: @ Terra
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