Ministro da Fazenda espera que presidente mantenha qualidade na escolha de nomes para o BC, mesmo durante transição na política monetária.
O Selic é um tema em destaque atualmente, sendo objeto de discussões no cenário econômico. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou a importância de avaliar a possibilidade de redução na taxa básica de juros, atualmente em 10,75% ao ano, indicando um cenário favorável para ajustes.
As movimentações em torno da Selic refletem a busca por estímulos econômicos e estratégias para impulsionar o crescimento. A possibilidade de ajustes na taxa básica de juros pode impactar diversos setores da economia, sendo um ponto crucial nas discussões sobre políticas monetárias e seus reflexos no mercado financeiro.
Preocupações sobre a Selic e a trajetória de juros nos Estados Unidos
O ex-candidato presidencial Fernando Haddad expressou em entrevista à GloboNews sua preocupação com o futuro da Selic e a trajetória de juros nos Estados Unidos. Ele destacou que a Selic terminal do atual ciclo de cortes pode se tornar uma questão relevante no segundo semestre. Haddad ressaltou que as previsões de aumento dos juros nos Estados Unidos podem impactar as decisões de política monetária não apenas no Brasil, mas globalmente. Observando a taxa básica de juros entre 5,25% e 5,5% praticada pelo Federal Reserve (Fed), Haddad enfatizou a influência desse cenário nas decisões do Banco Central brasileiro.
Desafios da política monetária global e os desequilíbrios fiscais
Além disso, Haddad abordou questões relacionadas à política monetária em escala global. Ele mencionou a possibilidade de corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) em contraste com as ações do Fed. O político também alertou para os desafios enfrentados pelo G20 na busca por soluções para países com desequilíbrios fiscais, destacando a situação diferente do Brasil nesse contexto. A expansão dos gastos nos Estados Unidos foi apontada por Haddad como um fator gerador de desequilíbrios fiscais significativos na maior economia do mundo.
Ganhos reais e limites nas negociações salariais
Haddad também compartilhou seu posicionamento em relação aos ganhos reais e negociações salariais. Ele mencionou que é natural os servidores públicos buscarem por ganhos reais em seus salários, destacando a abertura para o diálogo. No entanto, ressaltou a existência de limites e desafios a serem enfrentados, reconhecendo a complexidade envolvida nessas negociações em um cenário de desafios econômicos.
Transição tranquila no Banco Central sob avaliação
Ao abordar a transição no Banco Central, Haddad demonstrou confiança na continuidade da diretriz de escolha criteriosa dos dirigentes da instituição. Ele destacou a importância de manter a qualidade na seleção dos nomes para a diretoria e presidência do BC. Sobre a atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Haddad enfatizou a intenção de uma transição suave e prolongada, sem necessariamente antecipar sua saída do cargo. Ele evidenciou o cuidado em manter um processo tranquilo e garantir a competência nas indicações para os cargos-chave na autarquia.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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