Ministro interveniente para resolver disputa de poder na estatal; reforço para Tesouro Nacional como consequência; imbróglio dos dividendos extras.
O mercado financeiro aguarda ansiosamente o anúncio dos dividendos que serão distribuídos aos acionistas da empresa no próximo trimestre. A expectativa é de que os dividendos sejam generosos, refletindo a boa saúde financeira da companhia.
Os lucros obtidos pela Petrobras nos últimos meses superaram todas as expectativas, o que deve resultar em pagamentos aos acionistas ainda mais atrativos. A distribuição dos dividendos é uma forma de recompensar os investidores que confiaram na empresa, possibilitando um retorno financeiro significativo para quem apostou nas ações da Petrobras.
Aumento significativo nos dividendos da Petrobras pode reforçar o Tesouro Nacional
A consequência indireta disso deve ser um reforço significativo para o Tesouro Nacional. Se for solucionado o imbróglio dos dividendos extras, a Petrobras vai colaborar com pelo menos R$ 12 bilhões a mais para contas do governo até o meio do ano, um recurso que não está previsto no Orçamento, calculam fontes da empresa e do governo ouvidas pela CNN. Pode ser até ser um pouco mais, diz um técnico do ministério da Fazenda.
O valor equivale aos 20% que o Tesouro teria direito como acionista majoritário da empresa. No total, calcula-se que a Petrobras pode pagar mais de R$ 60 bilhões aos seus acionistas no total até o fim de junho. É um reforço e tanto para o caixa da União, que perdeu montante equivalente – cerca de R$ 12 bilhões – ao ver rejeitada pelo Congresso a MP que reonera a folha de pagamento. O governo ainda não tomou uma decisão sobre o pagamento dos dividendos extraordinários depois do embate entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Novos desafios no cenário de disputa de poder na Petrobras
Fontes da Fazenda informaram à reportagem que a diretoria da Petrobras deve entregar em breve os relatórios que embasariam o pagamento de pelo menos parte dos dividendos extraordinários sem prejudicar os investimentos futuros da Petrobras – motivo alegado pelo conselho de administração, sob influência de Silveira, para barrar a distribuição do recurso. Haddad está participando ativamente das discussões dentro da Petrobras e indicou Rafael Dubeux para o conselho no lugar de Sergio Rezende, que hoje é um nome ligado ao presidente Lula.
Em entrevista à CNN, o ministro disse que pretende atuar como ‘pacificador’ e ‘mediador’. Fontes do mercado afirmam que a entrada de Haddad no jogo é mais uma interferência do governo na Petrobras. Mas ponderam que a empresa está de tal forma tomada por interesses, com decisões importantes sendo tomadas dentro do Planalto, que o ministro pode dar alguma racionalidade às discussões. Compartilhe:
Fonte: © CNN Brasil
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