Um ano atrás as apostas eram que o índice brasileiro subiria. No entanto, frustrações em todo o globo resultaram em redução de gastos, pacote fiscal, variação mensal e riscos fiscais.
À medida que o ano passado chegava ao fim, no auge do rali que impulsionou o Ibovespa a subir 22% em 2023, as apostas eram de que o índice atingiria um patamar entre 140 e 145 mil pontos até dezembro deste ano. No entanto, depois de uma série de frustrações ao longo dos últimos 12 meses, o Ibovespa enfrenta a reta final de 2024 com uma queda de 10%.
Esse desempenho volátil reflete a incerteza que paira sobre o mercado, afetando diretamente o desempenho do índice Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira. A expectativa é que o ano de 2024 seja marcado por ajustes significativos no mercado, com o Ibovespa buscando se estabilizar em meio à turbulência econômica. Mesmo com a queda, o Ibovespa continua sendo um importante indicador do desempenho da bolsa, refletindo as flutuações do mercado e servindo como um termômetro para os investidores.
O Ibovespa e o Cenário Econômico
O cenário econômico atual não é favorável ao Ibovespa, índice da bolsa de valores brasileira. Com a recente promulgação do pacote fiscal no Congresso, que inclui uma redução de gastos menor do que o previsto, as expectativas para o mercado financeiro se deterioraram ainda mais. Isso ocorre num momento em que os economistas elevaram suas projeções para inflação e juros, enquanto o dólar subiu novamente. Esse cenário não motiva o Ibovespa a subir, levando o índice a cair para 120.767 pontos, uma perda de 1,09%. No ano, as perdas já somam 10%, com uma variação mensal negativa de 3,90%.
O volume de negociação foi de R$ 15,1 bilhões, ligeiramente abaixo da média dos últimos 12 meses. Esse movimento é influenciado por fatores externos, como a decisão do Federal Reserve de manter juros altos por mais tempo, o que trouxe volatilidade aos ativos de risco e fortaleceu o dólar. Além disso, os riscos fiscais domésticos também contribuem para a desvalorização dos ativos brasileiros.
Influências Externas e Riscos Fiscais
A inflação mais elevada e a precificação de apenas dois cortes em 2025, anunciados pelo Federal Reserve, são fatores que contribuem para a volatilidade nos ativos de risco e para o fortalecimento do dólar. Além disso, os riscos fiscais domésticos, como a política fiscal expansionista, inflação e juros altos, também influenciam negativamente o Ibovespa. O movimento nos Estados Unidos, com juros mais altos, atrai capital para ativos mais seguros, como a renda fixa americana, desestimulando a atividade econômica e encarecendo as dívidas das empresas.
Impacto nos Juros e na Bolsa
As taxas de juros em patamares elevados nos Estados Unidos também influenciam o Ibovespa, pois nossos papéis acompanham o movimento. Isso é mais um gatilho para que os juros futuros, dos contratos de Depósito Interbancário (DI) dos próximos dez anos, sigam crescendo. Os momentos de respiro no mercado brasileiro duram pouco, e os juros da curva de dez anos, que haviam se retraído para abaixo dos 15%, agora voltam a esse patamar em alguns contratos. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 14,94% para 15,22% ao ano.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo