Roberto Padovani afirma que o Brasil não será afetado pelo declínio do mercado imobiliário chinês devido à pandemia de Covid-19 e a economia local.
A crise imobiliária na China é um reflexo dos desafios enfrentados pelo setor após anos de crescimento acelerado. Com a pandemia de Covid-19 atingindo em cheio a economia, o mercado imobiliário enfrenta uma queda significativa de demanda e de investimentos, o que impacta diretamente no desenvolvimento econômico do país asiático.
A crise do mercado imobiliário na China põe em xeque a sustentabilidade do crescimento econômico observado nas últimas décadas. A incerteza em relação ao futuro do setor imobiliário gera preocupações não só para os investidores, mas também para a população em geral, que teme os impactos negativos de uma possível recessão. Medidas de estímulo e reformas no setor são urgentes para reverter esse cenário desafiador.
Crise Imobiliária e a Diminuição da População
As incorporadoras que surfaram os bons momentos da construção agora se viam em um País com a população diminuindo e empobrecendo, o que gerou a diminuição da demanda, a queda no preço dos prédios e o esvaziamento de edifícios. Esta crise imobiliária impulsionou empresas do setor a buscarem empréstimos para lidar com o cenário negativo enquanto a bolha estourava.
Impactos da Crise do Mercado Imobiliário na China
Nos primeiros dois meses de 2024, as vendas de edifícios comerciais caíram cerca de 20,5% e os investimentos no setor registraram queda de 9%, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas da China. Enquanto a crise imobiliária chinesa afeta o crescimento local, outras nações também já sentem os efeitos das instabilidades na segunda maior economia do mundo.
Cenário do Mercado Imobiliário Brasileiro frente à Crise Chinesa
O Brasil, entretanto, não deve sofrer tanto com o declínio observado no mercado imobiliário chinês. É isso que afirma Roberto Padovani, Economista-chefe do banco BV. ‘Hoje somos menos dependentes do ciclo econômico da China, o que suaviza o impacto dessa desaceleração’, argumenta. ‘Pelo contrário, nos tornamos um grande exportador global de commodities para outros mercados’, acrescenta.
Relação Entre a Economia Local e a Pandemia de Covid-19
O economista observa que a diminuição do ritmo de crescimento da China está ligada à queda do poder de consumo da população e a necessidade das empresas locais de renegociarem suas dívidas. Este cenário faz com que o País demande menos matérias-primas do mercado brasileiro. Por outro lado, a diminuição da demanda chinesa contribui com o barateamento da matéria-prima global.
Balança Comercial Brasileira em Meio à Crise Imobiliária Global
‘O Brasil tem conquistado mercados globais e isso vai atenuando a influência da crise aqui, além de manter espaço para o Banco Central continuar cortando as taxas de juros’. Lições da crise chinesa Padovani argumenta que a crise imobiliária em curso na China também não é capaz de influenciar o mercado brasileiro.
Perspectivas da Crise Imobiliária Chinesa segundo Roberto Padovani
‘Há a impressão de que depois da pandemia, passamos a ter mercados globais menos integrados, o que favorece países emergentes’, adianta. ‘O cenário da crise imobiliária chinesa exerce o efeito contrário e gera fatores que alimentam a renda, o crédito e a confiança no Brasil.
Visão sobre a Recuperação da Crise Imobiliária Chinesa
Ele avalia, entretanto, que um cenário de recuperação repentina é improvável. ‘O que estamos vendo na China não é novo. É algo comum a países que crescem muito rápido em pouco tempo, como já aconteceu no Japão e na Coréia do Sul. Fatores como crédito forte e renda favorável vão criando uma bolha e quando você desacelera o crescimento, a bolha fura.
Fonte: © Estadão Imóveis
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