Empresas exportadoras lucram com a valorização do dólar; construção e varejo sofrem com pressão inflacionária, afetando a receita.
O aumento constante do dólar preocupa aqueles que precisam lidar com despesas em moeda estrangeira, seja para viagens, importações ou investimentos no exterior. O recente valor de R$ 5,27 por dólar traz reflexos imediatos para o mercado brasileiro, impactando desde os preços de produtos importados até o planejamento financeiro de empresas que dependem da divisa.
Por outro lado, a valorização da moeda estrangeira tende a aquecer o mercado de exportações brasileiras, tornando os produtos nacionais mais competitivos internacionalmente. Além disso, a variação do câmbio pode representar uma oportunidade para quem investe em ativos atrelados ao dólar, diversificando assim sua carteira de forma estratégica.
Empresas Exportadoras se Beneficiam da Apreciação do Câmbio
Produtoras de commodities e exportadoras estão entre as empresas que devem lucrar com a valorização do dólar, seja devido à cotação de seus produtos em moeda estrangeira, seja pelas receitas obtidas com vendas no exterior.
Algumas das ações que podem se beneficiar desse cenário são Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3), devido à sua exposição ao mercado internacional, conforme aponta Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos.
Impacto Positivo no Faturamento e Receita das Empresas
Como o preço da celulose, principal produto dessas empresas, é cotado em dólar, elas tendem a se beneficiar com a valorização da divisa. Além disso, por terem grande parte de suas receitas provenientes da exportação de produtos, a valorização do dólar impulsiona o faturamento.
No último trimestre do ano passado, a Suzano obteve 77% de sua receita líquida no mercado externo. Outras empresas como JBS (JBSS3), CSN Mineração (CMIN3), Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3) também podem se beneficiar dessa valorização do dólar, visto que parte de suas receitas vem de exportações.
Setores que Podem Sofrer com a Valorização do Dólar
Por outro lado, empresas importadoras e com dívidas em dólar podem ser prejudicadas com a forte valorização da moeda americana. Por exemplo, construtoras e incorporadoras podem ser impactadas negativamente devido aos custos do aço, um insumo importante e importado, influenciado pela economia chinesa.
Além disso, a alta do dólar pode gerar pressão inflacionária, afetando empresas como Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e Eztec (EZTC3). No varejo, empresas como Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3) e Grupo Casas Bahia (BHIA3) podem ser impactadas devido à possível pressão inflacionária causada pela valorização do dólar, o que reduziria o poder de compra dos consumidores.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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