O índice de calotes das famílias, no segmento de recursos livres, segue acima dos níveis pré-pandemia, apesar da gestão de crédito e aumento da taxa Selic.
O mercado financeiro brasileiro experimentou uma série de inovações tecnológicas e regulamentações nos últimos anos, com o objetivo de aprimorar a gestão de crédito e reduzir a inadimplência. No entanto, apesar desses esforços, o setor ainda enfrenta desafios significativos.
Um dos principais desafios é o alto índice de calotes das famílias, especialmente no segmento de recursos livres. Esse problema é agravado pela inadimplência de pessoa física, que pode ter consequências negativas para a economia como um todo. Além disso, a inadimplência pode levar a uma maior exposição ao risco de crédito, tornando mais difícil para as instituições financeiras conceder empréstimos a novos clientes. É fundamental que as instituições financeiras desenvolvam estratégias eficazes para lidar com a inadimplência e reduzir o número de calotes.
Entendendo a Inadimplência
Os dados recentes sugerem que o aumento da inadimplência de pessoa física (PF) em recursos livres pode ser resultado da mudança na composição da carteira de crédito dos bancos, com uma maior presença de clientes de baixa renda e uma maior participação do cartão de crédito, considerado um produto mais arriscado. Além disso, o novo cenário de aumento da taxa Selic pode exercer mais pressão sobre o índice de calotes.
A inadimplência de pessoa física em recursos livres estava em torno de 5,0% no final de 2019. Com a chegada da pandemia, houve um aumento no início de 2020, mas os bancos implementaram medidas para ajudar os clientes e, com o auxílio emergencial e a redução da Selic para a mínima histórica de 2%, a inadimplência atingiu um piso de 4,0% na primeira metade de 2021.
O Impacto da Euforia no Crédito
Esse cenário e a entrada de novos players, especialmente no segmento de cartões, levaram a uma euforia na concessão de crédito, o que resultou no aumento dos calotes. A inadimplência atingiu um pico de 6,3% em maio de 2023. No entanto, muitos bancos admitem que houve um excesso de oferta e, como resultado, foram obrigados a reduzir a velocidade.
Desde meados do ano passado, o índice de inadimplência começou a cair e nos últimos cinco meses permaneceu estável, em torno de 5,5%. A gestão de crédito e a mix do portfólio são fundamentais para evitar o aumento da inadimplência e dos calotes. A taxa Selic também desempenha um papel importante, pois o aumento da taxa pode afetar a capacidade de pagamento dos clientes.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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