Banco afirma que executivo recebeu indevidamente R$ 4,86 milhões. Acusados contestam decisões da instituição, questionando interpretação de transferências de recursos e sociedade como medidas judiciais.
Em uma medida inédita, o Itaú Unibanco ingressou com uma ação civil contra Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro do banco, e Eliseu Martins, um dos maiores especialistas em contabilidade do país, após identificar uma sociedade e transferências de recursos entre os dois que teriam beneficiado financeiramente o agora ex-executivo da instituição.
Com a ação, a instituição financeira busca resguardar seus interesses e garantir a transparência em suas operações bancárias. A organização bancária reforça seu compromisso com a ética e a integridade, não tolerando quaisquer práticas que possam comprometer sua imagem e a confiança de seus clientes. A integridade é um valor fundamental para o Itaú.
O Caso Itaú: Acusações e Desdobramentos
A assessoria de imprensa de Broedel afirmou que as acusações são infundadas e que ele tomará medidas judiciais contra o Itaú. Já Martins diz que protesta ‘de forma veemente contra as declarações e decisões do Itaú’ e fala em má-fé na interpretação do banco aos fatos. A disputa envolve alegações de conflito de interesses e omissão de informações.
A Cronologia do Caso
– Julho: Broedel anuncia sua saída do Itaú para assumir um posto global no Santander, na Espanha.
– Agosto: Itaú dá início a apurações internas para entender se Broedel prestava serviços de parecerista e consultor ao mercado enquanto atuava como diretor financeiro (CFO).
– Setembro: banco encerra todos os vínculos com Broedel, que cumpria quarentena.
– Dezembro: banco realiza assembleia no dia 5 e decide anular as contas do ex-CFO e tomar as ‘medidas legais cabíveis’ contra o executivo.
As Pessoas Envolvidas
Broedel deixou o cargo de CFO do Itaú em julho deste ano para assumir como chefe de contabilidade global do Santander, na Espanha, no início de 2025. O executivo estava no Itaú há mais de 12 anos e ocupava o posto de CFO desde o início de 2021. Uma das maiores referências em contabilidade do país, Martins é consultor, palestrante e parecerista da área contábil.
As Empresas Envolvidas
O caso envolve três empresas, além do Itaú. A primeira é a Broedel Consultores, criada em 1998 por Broedel. Martins se tornou sócio do ex-CFO na consultoria em 2012. A segunda é a Care Consultores, sociedade entre Martins e seu filho Eric Martins. A terceira é a Evam Consultores, sociedade formada por dois filhos de Martins, Eric e Vinicius Martins.
A Acusação do Itaú
De acordo com o banco, Broedel teria omitido dos controles internos que mantinha uma sociedade com Martins, fornecedor do Itaú, e que exercia atividade externa de consultor e parecerista. Esses fatos, segundo a instituição financeira, representam ‘grave descumprimento do Código de Ética’. O banco afirma que aprofundou o levantamento dos serviços contratados e concluiu que, de junho de 2019 a junho de 2024, Broedel contratou 40 pareceres da Care que resultaram em 21 pagamentos, no valor total de R$ 13,255 milhões.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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