Aos 40 anos, Marcelo Gouveia brilha como vilão, reflete orgulho das escolhas, mostrando versatilidade e humor como pai da Bella de seis anos.
José Loreto valoriza a importância da maturidade em suas decisões de carreira ao longo dos anos. Com uma trajetória de quase duas décadas, o ator celebra as oportunidades que o levaram a interpretar personagens marcantes na televisão brasileira. Após se destacar como o matuto Tadeu em Pantanal (2022), novela de destaque da TV Globo, Loreto demonstrou sua versatilidade e talento cômico como Lui Lorenzo em Vai na Fé (2023), produção das sete da emissora.
Agora, imerso em um novo desafio, José Loreto incorpora o vilão Marcelo Gouveia em No Rancho Fundo, trama das seis, mostrando sua maturidade artística e capacidade de se reinventar a cada papel. O processo de amadurecimento profissional do ator reflete em sua habilidade de explorar diferentes nuances e emocionar o público com suas interpretações marcantes.
Reflexões sobre a maturidade
‘Às vezes os ‘nãos’ são mais importantes que os ‘sins’, reflete o ator quando questionado sobre o rumo de sua carreira. Em diálogo com Quem antes de iniciar novas gravações, o niteroiense recorda os desafios que enfrentou logo após sua estreia em Malhação, em 2005. Sem contrato e com apenas trabalhos temporários, Loreto persistiu em seguir a carreira artística, mesmo diante das sugestões dos pais, o médico José Loreto Prestes e a professora Mariza Freixo, para buscar outra profissão. ‘No meu primeiro trabalho, em 2005, participei por dois anos de Malhação. Pensei: ‘Minha vida está feita agora. Saí de casa, vou trabalhar todo ano, ganhar dinheiro…’. Passei cinco anos sem contrato depois disso, fazendo apenas participações. Investi em grupo de teatro. Houve um período em que eu estava gastando mais do que o que estava entrando. Eu pensava: ‘Meu Deus, essa conta não vai fechar. Havia aquela pressão dos pais de ‘volta pra casa, procura outra profissão, um plano B’. Eu nunca tive dúvida, não. Queria viver de arte’, relembra ele, que estudou Economia a pedido dos pais. José Loreto — Foto: Lucas Bori Essa máxima de que os ‘nãos’ têm chance de ser positivos pode ser estendida para a sua vida pessoal. Aos 40 anos, Loreto conta que amadureceu pela dor, incluindo o fim do seu casamento com a atriz Débora Nascimento, de 39 anos, com quem tem Bella, de seis anos. ‘O término de um relacionamento já é sempre doloroso e queriam que virasse um reality show. Havia torcida para lá e para cá. Foi uma das piores dores que tive, mas busquei colher flores. Sempre vejo o lado bom das coisas. Amadureci muito enquanto homem, pai e tudo mais… Não sei como seria a minha vida hoje se eu não tivesse passado por esse trauma. Esse ciclo fechou muito doloroso, mas me abriu a melhor das portas, a maturidade pessoal e artística’, analisa. Confira a entrevista completa a seguir. Quem: Tadeu, Lui Lorenzo e Marcelo Gouveia são personagens totalmente distintos que você fez em um curto período, emendando um no outro. Como faz para se transformar em tão pouco tempo? José Loreto: É questão de treino, como uma musculação. Estou fazendo três anos consecutivos de personagens. Cada vez mais, consigo zerar de um para o outro e gastar menos tempo na preparação. Eu me forcei a ser mais ágil, como um atleta mesmo. O ator, nesse processo de construção de personagem e de ficar nove meses gravando uma novela, é como um atleta. Ainda mais em uma obra aberta. Ele vai ganhando outras camadas. A gente se apronta ali no início, mas segue aberto para ir para um lado ou para o outro. Para chegar a este lugar de ser convidado para tantas produções de sucesso e por diferentes diretores, você teve que tomar decisões que, muitas vezes, pareciam ousadas demais? Como dizer não a ofertas de trabalho que poderiam levar sua carreira para outro rumo? Às vezes, os ‘nãos’ são mais importantes que os ‘sins’. Na época de Pantanal, quando não consegui fazer o filme do Sidney Magal como ator, e fiquei apenas como produtor, foi muito desafiador. Era um sonho.
Fonte: © Revista Quem
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