Atleta flagrado com três substâncias proibidas em teste surpresa em 4 de julho pela autoridade brasileira antidopagem.
O Brasil registrou o primeiro caso de doping confirmado antes dos Jogos Olímpicos de Paris. O corredor de maratona Daniel Nascimento foi pego em um teste positivo para três substâncias proibidas, conforme a relação de atletas suspensos pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), divulgada nesta segunda-feira (15): drostanolona, metenolona e nandrolona, três hormônios anabolizantes.
Este caso ressalta a importância de combater o uso de substâncias proibidas no esporte. O teste positivo de Daniel Nascimento serve como um lembrete da necessidade de manter a integridade e a ética no cenário esportivo, evitando situações em que atletas se envolvam em práticas de doping.
Escândalo de Doping Abala o Atletismo Brasileiro
Graziele Zarri, companheira de Daniel, também teve seu nome envolvido em um escândalo de doping que abalou o mundo esportivo. As chances de medalha do atletismo brasileiro nas Olimpíadas foram drasticamente afetadas por essas revelações chocantes.
O primeiro atleta brasileiro a garantir sua vaga para as Olimpíadas de Paris 2024 foi Daniel, que conquistou a classificação na maratona masculina ao alcançar o índice olímpico em abril de 2023, durante uma competição em Hamburgo. No entanto, sua trajetória rumo aos Jogos Olímpicos foi interrompida quando ele testou positivo para doping em um exame surpresa realizado em 4 de julho.
De acordo com o relatório emitido pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), o material biológico de Daniel continha substâncias proibidas, incluindo Drostanolona, Metenolona e Nandrolona, todas pertencentes à classe de esteroides anabolizantes S1. Essas substâncias, conhecidas por aumentar a força, potência muscular e acelerar a recuperação do atleta, podem resultar em uma suspensão de até quatro anos.
O médico especialista em medicina esportiva, Francisco Tostes, explicou que as substâncias encontradas no organismo de Daniel são metabólitos de hormônios anabolizantes, como Drostanolona, Metenolona e Nandrolona. Esses hormônios estão na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA) e são considerados ilegais tanto dentro quanto fora das competições.
Tostes ressaltou que, uma vez que esses hormônios são ingeridos ou injetados, o fígado os metaboliza, transformando-os em outros compostos, como 19-Norandrosterona e 19-Noretiocolanolona. Esses metabólitos, quando detectados em exames antidoping, indicam o uso de substâncias proibidas e podem levar a duras penalidades.
Daniel agora enfrenta um processo de suspensão, a menos que consiga provar que seu resultado positivo foi decorrente de contaminação involuntária. A pena inicial de quatro anos de afastamento pode ser reduzida para dois anos caso o atleta demonstre ausência de intenção no uso das substâncias proibidas.
Este caso de doping no atletismo brasileiro não é um incidente isolado. Em 2015, o lutador Anderson Silva foi suspenso por um ano devido ao uso de Drostanolona, enquanto o nadador André Calvelo recebeu uma suspensão de quatro anos pelo mesmo motivo. A bielorrussa Nadzeya Ostapchuk perdeu sua medalha de ouro nos Jogos de Londres por utilizar Metenolona, evidenciando a gravidade do uso de substâncias proibidas no esporte de alto rendimento.
Além disso, a namorada de Daniel, Grazieli Zarri, também foi suspensa por doping em janeiro, após testar positivo para Testosterona, Androstanediol e Androstanedio em um exame realizado no Quênia. Esses casos de doping têm impactado negativamente a reputação do atletismo brasileiro e levantado questões sobre a integridade e ética no esporte.
O atraso de Daniel nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, onde era um dos favoritos ao ouro, e a suspensão de Grazieli Zarri são apenas alguns exemplos dos desafios enfrentados pelos atletas brasileiros devido ao uso de substâncias proibidas. Esses incidentes ressaltam a importância do controle antidoping e da manutenção de um ambiente esportivo limpo e justo para todos os competidores.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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