Transmissão vertical da doença em Pernambuco; investigam-se quatro casos e óbitos por rearranjo genético de microrganismos vetor Culicoides paraensis.
O Ministério da Saúde (MS) divulgou a confirmação de um caso de óbito fetal decorrente da transmissão vertical da febre do Oropouche, que ocorre quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê, durante a gestação ou o parto. O óbito foi oficializado na sexta-feira, 2, no estado de Pernambuco. A gestante, com 28 anos de idade, encontrava-se na 30ª semana de gestação.
A morte do feto devido à febre do Oropouche é um evento raro, mas que requer atenção especial da equipe médica. É fundamental investigar a fundo as circunstâncias que levaram a esse trágico desfecho e adotar medidas preventivas para evitar futuros casos semelhantes. A saúde materno-infantil exige cuidados minuciosos para garantir a segurança e o bem-estar de todas as gestantes e seus bebês.
Investigação de Transmissão Vertical e Óbitos Fetais
Além desse caso, oito outros possíveis casos de transmissão vertical estão sendo investigados pela pasta, incluindo quatro mortes fetais. Na última semana, dois óbitos foram confirmados no país, ambos na Bahia. As vítimas eram mulheres, com menos de 30 anos e sem comorbidades. Uma terceira morte está sendo investigada em Santa Catarina.
Epidemia e Óbitos Causados por Doença
Até o dia 28 de julho foram registrados 7.286 casos da doença, em 21 estados brasileiros. Os óbitos foram os primeiros causados pela doença na história e chamam a atenção de autoridades em todo o mundo.
Rearranjo Genético e Microrganismos
Embora seja difícil cravar com certeza, um estudo recente liderado pela Universidade Federal de Minas Gerais aponta que o surto e as fatalidades podem estar relacionadas com uma mutação sofrida pelo vírus há pouco tempo, com o rearranjo genético com dois outros microrganismos: o vírus Iquito e o vírus de Perdões (PEDV).
Vetor Culicoides paraensis e Doença Vertical
O que é a febre Oropouche? Causada por um vírus de mesmo nome, a febre Oropouche é transmitida por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do vírus em outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus. Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros.
Manifestações Clínicas e Recomendações de Saúde
Os sintomas são febre de início súbito, dor de cabeça, rigidez articular, náuseas e vômitos persistentes — podendo se parecer muito com um caso severo de dengue. A orientação é que as pessoas com esses sinais procurem atendimento nas unidades de saúde, informando os profissionais responsáveis pelo acompanhamento do pré-natal. O MS disse que vem monitorando a situação do Oropouche no Brasil em tempo real, por meio da Sala Nacional de Arboviroses, e que publicará, nos próximos dias, o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, incluindo dengue, zika, chikungunya e Oropouche. As orientações incluem a metodologia de análise laboratorial, vigilância e a assistência em saúde sobre condutas recomendadas para gestantes e recém-nascidos com sintomas compatíveis com Oropouche.
Fonte: @ Veja Abril
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