Nova tecnologia diagnóstica identifica esteatose hepática, diminuição muscular e cálculos renais em rede de saúde integrada. Dados capturados auxiliam na linha de cuidado.
Recentemente, foi introduzida no Brasil uma nova forma de diagnosticar doenças por meio da aplicação da Inteligência Artificial. Através da tomografia do abdômen, essa tecnologia consegue identificar cinco condições de forma precisa e eficaz. Com essa inovação, é possível detectar casos de esteatose hepática, sarcopenia, gordura visceral, osteoporose e cálculos renais, trazendo maior agilidade e assertividade nos diagnósticos.
A utilização da IA nesse contexto demonstra o avanço significativo da tecnologia inteligente na área da saúde. Os algoritmos empregados são capazes de analisar com detalhes as imagens produzidas pela tomografia, permitindo uma identificação precoce e mais precisa de diversas condições. Essa integração entre a Inteligência Artificial e a medicina representa um importante marco no desenvolvimento de soluções inovadoras para a saúde das pessoas.
Tecnologia Inteligente na Rede de Saúde Integrada
A nova tecnologia diagnóstica baseada em Inteligência Artificial (IA) foi desenvolvida pela renomada rede de saúde integrada Dasa, presente em laboratórios de São Paulo. O objetivo principal é utilizar informações capturadas por tomografias, que muitas vezes não são plenamente aproveitadas, para fornecer diagnósticos precisos de doenças cruciais para a saúde dos pacientes, sem a necessidade de novos pedidos médicos para exames adicionais.
Victor Gadelha, diretor médico de ensino, pesquisa e inovação da Dasa, destaca a importância do exame de tomografia na prática clínica, pois fornece uma variedade de informações valiosas, como o volume de órgãos vitais como o fígado e os rins. Mesmo quando os resultados parecem normais, essas informações são essenciais para o treinamento do algoritmo de IA utilizado.
Gadelha menciona um exemplo prático, onde em pacientes com obesidade, a tomografia pode revelar a quantidade de gordura entre os órgãos, conhecida como gordura visceral. Esses dados são comparados com a base que o algoritmo de IA aprendeu, permitindo identificar se os níveis estão dentro da normalidade ou se requerem atenção especial. Essa abordagem possibilita colocar o paciente em uma linha de cuidado específica, prevenindo condições de risco cardiovascular.
Benefícios da IA na Análise de Tomografias
A tecnologia inteligente também é empregada na detecção de outras patologias, permitindo que a IA analise possíveis alterações sem a necessidade de marcações manuais por radiologistas. Isso é possível graças à segmentação e cálculos automáticos de densidade e volume dos tecidos realizado pela IA.
Essa inovadora tecnologia foi desenvolvida em apenas seis meses e vem sendo aprimorada ao longo de um ano e meio. Atualmente disponível em São Paulo sem custos adicionais, a previsão é que seja expandida para todas as unidades da rede Dasa em solo nacional nos próximos dois anos.
Além da gordura visceral, que é um importante indicador de risco, a detecção de esteatose hepática (fígado gorduroso) também é crucial. Esta condição, associada à obesidade, sedentarismo e dieta inadequada, pode evoluir para cirrose hepática e câncer. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 30% da população apresenta esteatose hepática, e metade dos pacientes pode desenvolver formas graves da doença.
Impacto da IA na Saúde e Diagnóstico Preventivo
Outras condições de saúde, como osteoporose e sarcopenia, também podem ser identificadas precocemente através da análise de tomografias. A osteoporose, comum em mulheres acima de 50 anos, pode resultar em fraturas ósseas, enquanto a sarcopenia, associada ao envelhecimento, leva à perda muscular progressiva, impactando a mobilidade e atividades diárias.
Os cálculos renais, conhecidos como pedras nos rins, geralmente são assintomáticos até causarem obstruções e intensas dores. Os sintomas incluem dor lombar, abdominal e na virilha, podendo apresentar sangue na urina e vômitos. O diagnóstico precoce dessas condições por meio da IA pode prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Fonte: @ Veja Abril
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