Universidade projeta déficit financeiro de hospital subfinanciado no início do mês, devido à forma de remuneração e alterações na Tabela SUS Paulista.
Uma alteração na maneira como são pagos os serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo, conhecida como Tabela SUS Paulista, pode gerar um impacto financeiro negativo de R$ 55 milhões para o Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp em 2024. Saiba mais sobre essa situação preocupante.
O sistema de saúde público paulista é fundamental para o atendimento da população, e mudanças na remuneração podem afetar significativamente a qualidade dos serviços oferecidos pelo sistema estadual de saúde em São Paulo. É importante avaliar com cuidado as consequências dessas medidas para garantir o acesso universal e igualitário à saúde para todos os cidadãos.
Sistema Único de Saúde Paulista e o Desafio da Remuneração
A projeção feita pela direção da área da saúde da universidade em Campinas (SP) no início de abril levantou questões cruciais sobre o impacto da mudança nos repasses do SUS Paulista. O Hospital de Clínicas da Unicamp, em meio a essa alteração, já sente as primeiras consequências, enfrentando um déficit financeiro significativo. Segundo Oswaldo Grassiotto, diretor-executivo da área da saúde da universidade, o subfinanciamento atingiu mais de R$ 7 milhões neste mês.
Evolução do Financiamento no SUS Paulista
Anteriormente, o financiamento dos hospitais públicos em São Paulo seguia um modelo com um teto anual de R$ 186 milhões, cerca de R$ 15,4 milhões mensais. Esse valor fixo era concedido independentemente da quantidade de procedimentos realizados, proporcionando estabilidade financeira. Com a nova abordagem do SUS Paulista, a forma de remuneração passou a ser vinculada aos procedimentos efetuados, resultando em um sistema mais dinâmico.
Desafios do Novo Modelo de Remuneração
Essa mudança, embora busque equilibrar repasses com a prestação de serviços, apresenta desafios para instituições como a Unicamp. O Hospital de Clínicas, conhecido pela atenção a casos de alta complexidade, enfrenta dificuldades devido à predominância de atendimentos de urgência de baixa remuneração. Essas demandas, que resultam em internações prolongadas, impactam diretamente a capacidade do HC de realizar procedimentos mais complexos e melhor remunerados.
A Complexidade dos Atendimentos no HC Unicamp
A estrutura de ‘porta aberta’ do HC, que garante atendimento ininterrupto para casos de urgência, leva a uma ocupação expressiva dos leitos por situações que poderiam ser tratadas em unidades de saúde menores. A superlotação gerada por atendimentos de menor complexidade contrasta com a missão original do HC de se dedicar aos casos mais desafiadores. Grassiotto destaca que a maioria dos casos de urgência poderia ser resolvida em instalações menores na cidade de origem do paciente.
Essa análise evidencia a necessidade de um ajuste na Tabela SUS Paulista para contemplar a complexidade e os custos diferenciais dos atendimentos. A busca por soluções eficazes para o subfinanciamento e a adequação dos repasses torna-se imperativa para garantir a sustentabilidade e a excelência dos serviços prestados pelo sistema de saúde público paulista.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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