Ilana Pinsky reflete sobre saúde mental, sociedade e dilemas éticos relacionados à eutanásia, como no caso de Antônio Cícero, abordando sofrimento extremo e direito inviolável à morte assistida em doenças neurológicas.
No Brasil, a discussão sobre a eutanásia é um tema que raramente emerge das sombras, até que uma situação concreta nos obrigue a encará-lo. A eutanásia, também conhecida como ‘morte assistida por médicos’ ou ‘suicídio assistido’, é uma prática que levanta questões éticas complexas e desafia nossas noções de autonomia e dignidade no fim da vida, especialmente quando se trata de casos extremos e irreversíveis.
Um exemplo notório é o caso de Tony Nicklinson, um homem britânico que, após sofrer um derrame em 2005, ficou tetraplégico e lutou incansavelmente pelos direitos de morrer com dignidade. Seu caso trouxe à tona a discussão sobre a eutanásia e a morte assistida, colocando em xeque as leis e os padrões morais vigentes. A eutanásia, nesse contexto, é um tema que precisa ser abordado com sensibilidade e profundidade, considerando as implicações legais, éticas e humanas que a cercam. A eutanásia é um tema delicado que exige uma discussão aberta e reflexiva. É fundamental considerar a autonomia do indivíduo e a dignidade no fim da vida.
Eutanásia: O Dilema Ético da Morte Assistida
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. A eutanásia, ou morte assistida, é um tema delicado que gera intensos debates éticos e morais. Embora não haja uma definição universalmente aceita, frequentemente se diz que na eutanásia o médico administra a medicação, enquanto na morte assistida o próprio paciente o faz. No entanto, o cerne da questão reside no desejo explícito de encerrar a própria vida em situações de sofrimento extremo. Isso nos obriga a enfrentar nossos próprios medos e preconceitos.
O Caso de Antônio Cícero e o Debate no Brasil
O caso do poeta e filósofo Antônio Cícero, que optou pela morte assistida na Suíça, trouxe à tona o debate que há muito evitamos enfrentar. Diagnosticado com Alzheimer em 2023, Cícero decidiu que preferia morrer antes de perder completamente a capacidade cognitiva. Sua decisão não foi impulsiva; ele se preparou meticulosamente com apoio do marido para o momento. A história de Cícero ecoa outras histórias pelo mundo, lembrando o caso do Dr. Jack Kevorkian, que trouxe o debate sobre eutanásia à esfera pública nos anos 1990.
A Legislação e o Direito à Vida
No Brasil, a eutanásia e a morte assistida são consideradas crimes, pois a Constituição de 1988 garante o direito inviolável à vida. Contudo, o Conselho Federal de Medicina permite a ortotanásia — a suspensão de tratamentos que apenas prolongam o sofrimento de pacientes terminais. Em contraste, países como Bélgica, Holanda, Suíça, Austrália, Suíça e Canadá têm programas de eutanásia/morte assistida legalizados e amplamente regulamentados.
O Debate Global e as Diferenças Legais
O debate sobre a eutanásia e a morte assistida é global, com diferentes países adotando abordagens distintas. No Canadá, o programa MAID é abrangente, embora pessoas com transtornos mentais só sejam elegíveis se também apresentaram uma condição física ‘grave e irremediável’. Essas diferenças legais refletem as complexidades éticas e morais envolvidas na discussão sobre a eutanásia e a morte assistida.
Fonte: @ Veja Abril
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