Embarcação da Open Arms inaugura corredor marítimo para Gaza, parte do carregamento é destruído por bombardeio de Israel. (126 caracteres)
Durante esta semana, um barco pesqueiro foi atingido por um grupo de terroristas no mar aberto, causando a morte da tripulação a bordo. As autoridades locais ainda investigam os motivos por trás deste trágico incidente envolvendo um importante meio de sustento para várias famílias da região.
A preocupação com a segurança das embarcações que navegam em águas perigosas como esta é uma constante para os pescadores locais, que dependem do barco pesqueiro não só para o trabalho, mas também como meio de transporte. É fundamental que sejam tomadas medidas para garantir a proteção dessas embarcações em alto mar, evitando assim novas tragédias como essa.
Barco Pesqueiro: Do Serviço Humanitário aos Resgates a Migrantes
A equipe acabava de entregar parte das 200 toneladas de alimentos que haviam sido enviadas a Gaza por mar, na carona de um barco pesqueiro dos anos 1970 , que atualmente faz resgates a migrantes que naufragam no mar Mediterrâneo. A embarcação pertence à Open Arms, uma ONG fundada em 2015 em meio à crise dos refugiados que a Europa vivia na ocasião.
No início deste ano, a Open Arms, que já resgatou milhares de pessoas no Mediterrâneo e teve a embarcação apreendida por meses pelo governo italiano, contrário aos resgates, decidiu recalcular sua rota temporariamente.
O fundador da organização, o espanhol Òscar Camps, recebeu uma ligação do também espanhol José Andrés, o chef fundador da World Central Kitchen. José Andrés, que já vinha enviando alimentos através de caminhões que enfrentam quilômetros de fila na fronteira entre o Egito e o sul de Gaza, queria aproveitar uma brecha aberta pelo governo de Israel: em dezembro de 2023, pressionada pela comunidade internacional, Israel reabriu o corredor marítimo a Gaza e passou a permitir, pela primeira vez em 20 anos, que barcos atracassem na costa do território palestino, banhado pelo mar Mediterrâneo. ‘Ninguém tinha usado ainda esse corredor. O José Andrés queria aproveitá-lo de alguma maneira, então me ligou e colocamos a mão na massa’, disse Camps ao g1. José Andrés, que nos Estados Unidos é uma espécie de chef-celebridade — além de participar de diversos programas de televisão, foi condecorado pelo ex-presidente Barack Obama com uma medalha do governo por serviços humanitários — foi atrás de contatos na região do Mediterrâneo.
Conseguiu autorização do governo do Chipre para enviar os alimentos ao país e, de lá, transportá-los até Gaza de barco.
Elaborando Novas Rotas e Enfrentando Desafios
Foi aí que entrou em ação a embarcação da Open Arms, um barco pesqueiro de 1974 que Camps comprou e restaurou para resgatar migrantes em 2015, quando a Europa recebia o maior fluxo migratório mundial desde a Segunda Guerra. Com sua equipe, o fundador da ONG navegou 215 milhas náuticas, ou cerca de 400 quilômetros, rebocando as caixas com ajuda humanitária, que foram colocadas sobre uma estrutura flutuante e presa ao barco da Open Arms. A navegação, relatou Camps, foi complexa, principalmente por conta das condições do mar e do clima, que nesta época do ano não são favoráveis na região. Mas a verdadeira dificuldade aconteceu quando ele chegou em Gaza. ‘Havia um detalhe: o território, que por 20 anos não pode ter nenhum tráfico de transporte marítimo, não tinha um porto ou um cais onde o…
-barco pesqueiro- pudesse atracar. A via marítima estava oficialmente aberta, mas, tecnicamente funcionava por faltar estrutura para atracar as embarcações. Para contornar esse problema, os cerca de 300 funcionários da World Central Kitchen na Faixa de Gaza se reuniram e, com escombros de áreas próximas atingidas por bombardeios, construíram uma base flutuante temporária — os Estados Unidos também anunciaram a construção de um porto no local, mas ainda sem data de inauguração prevista. ‘Eles construíram a estrutura em cinco dias, sem nenhuma facilidade, sem nenhum material para isso. A praia de Gaza é pouco profunda, então eles tiveram de fazer um cais muito longo para que a gente pudesse se aproximar. Nada foi fácil nessa operação’, relatou Camps. ‘E, quando chegamos, Israel estava…
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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