Decisão da Corte Mundial pode minar respaldo ao país devido a assentamentos judaicos em territórios palestinos pela lei internacional.
A suprema corte da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou, nesta sexta-feira (19) – que a ocupação dos territórios palestinos por Israel e também os assentamentos judaicos nessas terras são ilegais, e que o país deve deixar as regiões o mais rápido possível, em uma determinação crucial para a resolução do conflito entre Israel e Palestina.
Em meio a essa decisão histórica, a nação de Israel se vê diante de um novo cenário diplomático, com desafios e oportunidades para a construção de um futuro mais pacífico. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu terá que lidar com as repercussões dessa sentença da ONU, buscando maneiras de avançar rumo a uma solução duradoura para a questão dos territórios ocupados.
Decisão da Corte Internacional de Justiça sobre Israel
A opinião dos juízes da Corte Internacional de Justiça (CIJ) – conhecida como Corte Mundial – não é vinculante, mas tem peso na lei internacional e pode enfraquecer o apoio a Israel. Os assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e o regime associado a eles foram estabelecidos e estão sendo mantidos em violação à lei internacional, afirmou o presidente Nawaf Salam, lendo a decisão do colegiado de 15 juízes.
O tribunal afirmou que as obrigações de Israel incluem pagar uma restituição pelos danos e a retirada de todos os colonos dos atuais assentamentos. Em rápida reação, o Ministério das Relações Exteriores de Israel rejeitou a decisão como fundamentalmente errada e parcial, repetindo sua posição de que um acordo político na região só pode ser alcançado por meio de negociações. A nação judaica não pode ser uma invasora de sua própria terra, disse em comunicado o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A opinião da corte também irritou colonos na Cisjordânia e políticos como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, cujo partido nacionalista e religioso é próximo do movimento dos colonos. Ele próprio vive em um assentamento. A resposta a Haia – Soberania agora, escreveu ele em uma postagem na plataforma de rede social X.
Israel Gantz, chefe do Conselho Regional Binyamin, um dos maiores grupos de colonos, afirmou que a opinião da CIJ é contrária à Bíblia, à moralidade e à lei internacional. A opinião da Corte Internacional de Justiça também destacou que o Conselho de Segurança da ONU, a Assembleia Geral da ONU e todos os Estados têm o dever de não reconhecer a ocupação como legal, nem oferecer auxílio ou assistência para manter a presença de Israel nos territórios ocupados. Os Estados Unidos são os maiores aliados e apoiadores de Israel.
O Ministério das Relações Exteriores palestino considerou a opinião histórica e pediu que os países a apoiem. Parecer jurídico Sem ajuda. Sem assistência. Sem cumplicidade. Sem dinheiro, sem armas, sem comércio, sem ações de qualquer natureza que apoiem a ocupação ilegal de Israel, afirmou o enviado palestino, Riyad al-Maliki, do lado de fora do tribunal em Haia. O caso tem origem num pedido de parecer jurídico da Assembleia Geral da ONU de 2022, anterior à guerra em Gaza que começou em outubro.
Israel capturou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental — regiões palestinas históricas e onde os palestinos querem formar um Estado — na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Desde então, o país começou a construir assentamentos na Cisjordânia e a consistentemente expandi-los. Líderes israelenses dizem que os territórios não estão sendo ocupados em termos legais, porque estão em terras disputadas. A ONU e a maioria da comunidade internacional os consideram territórios ocupados. *É proibida a reprodução deste conteúdo.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo