Estudo dos EUA: dieta polêmica não beneficia longevidade; jejum pode prejudicar pacientes com câncer; fatores de risco cardiometabólicos em destaque.
O hábito de adotar o jejum intermitente como forma de controle de peso e melhora da saúde tem se popularizado cada vez mais nos últimos anos. Esta prática, que consiste em alternar períodos de alimentação com períodos de restrição calórica, tem sido objeto de diversos estudos científicos.
Uma pesquisa recente realizada pela Associação Americana do Coração (AHA) revelou que o jejum em intervalos pode aumentar significativamente o risco de morte por doença cardiovascular. Os resultados apontam para um aumento de 91% nesse risco, indicando a importância de se avaliar os potenciais impactos dessa prática na saúde cardiovascular.
Benefícios do Jejum Intermitente para a Saúde Cardiometabólica
Uma estratégia chamada jejum intermitente tem se destacado como uma forma eficaz de ajudar na perda de peso, na melhoria do colesterol e do metabolismo, além de possivelmente reduzir o risco de desenvolver certas doenças crônicas. Estudos têm mostrado que a maioria dos ensaios clínicos randomizados de curto prazo confirma que essa dieta pode, de fato, melhorar algumas medidas de risco cardiometabólico.
Novas Descobertas sobre o Jejum Intermitente e a Saúde
Recentemente, pesquisadores divulgaram um estudo que traz à tona informações importantes sobre os impactos do jejum intermitente na saúde cardiovascular. Descobriu-se que aqueles com doença cardiovascular preexistente e que consumiam todas as suas calorias em um período de oito a dez horas tinham um risco 66% maior de morrer de doença cardíaca e AVC.
Em contrapartida, entre os pacientes com câncer, aqueles que não adotavam o jejum e consumiam suas calorias ao longo de 16 horas diárias apresentaram um risco reduzido de mortalidade por câncer em comparação com aqueles que optavam por comer em um período mais restrito.
Implicações do Jejum Intermitente para a Longevidade e a Saúde
A pesquisa que analisou o impacto do jejum intermitente na longevidade examinou um grupo de 20.000 adultos durante um período de 15 anos, observando seus padrões alimentares e hábitos. Os resultados apontaram que não houve comprovação de benefícios do jejum intermitente para a longevidade.
É importante ressaltar que os estudos observacionais têm limitações, pois não podem afirmar uma relação causal entre o jejum intermitente e os riscos à saúde. No entanto, o estudo contribui para o crescente corpo de pesquisa que explora os prós e contras dessa estratégia alimentar.
Impactos do Jejum Intermitente na Saúde Cardiometabólica
A adesão a um padrão alimentar extremo, como o jejum intermitente, pode acarretar desregulações metabólicas, como resistência à insulina, elevação dos níveis de açúcar no sangue e aumento da inflamação. Todos esses fatores são considerados de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
O desequilíbrio nutricional também é uma preocupação, uma vez que restringir a alimentação a um intervalo de oito horas pode resultar em excessos alimentares durante esse período. Além disso, o estresse causado pelo jejum prolongado pode afetar negativamente a saúde cardiovascular, elevando os níveis de cortisol no organismo.
Fonte: @ Veja Abril
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