Agentes autorizados do STJ realizaram operação em 55 endereços em 3 Estados – MA (53), PA (1) e RJ (1) sobre irregularidades.
A Polícia Federal iniciou ontem a Operação 18 Minutos, com o objetivo de investigar possíveis casos de corrupção e lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). Quatro desembargadores estão sob investigação: Luiz Gonzaga Almeida Filho, Marcelino Everton Chaves, Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa e Antônio Pacheco Guerreiro Júnior. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos seus gabinetes.
A Operação em andamento visa aprofundar a investigação sobre os desdobramentos do caso e identificar possíveis conexões com outros setores. A Polícia Federal está empenhada em esclarecer os fatos e garantir a transparência no âmbito do TJ-MA.
Operação 18 Minutos: Investigação sobre Irregularidades no Tribunal de Justiça
Também estão sob investigação os juízes Cristiano Simas de Sousa e Alice de Sousa Rocha, além do ex-juiz Sidney Cardoso Ramos. Todos os magistrados foram afastados de suas funções. A reportagem tentou contato com os juízes e desembargadores, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. Agentes, com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), realizaram buscas em 55 endereços em três Estados – Maranhão (53), Pará (1) e Rio de Janeiro (1). Nos gabinetes dos magistrados maranhenses, foram realizadas perícias. O STJ impôs medidas alternativas à prisão aos investigados, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de acesso ao TJ-MA, afastamento de cargos e proibição de contato. A investigação foca em supostas fraudes processuais, como manipulação de ações judiciais, cálculos de correção monetária injustificados e ‘celeridade seletiva’. A PF identificou movimentações suspeitas relacionadas à expedição de um alvará seguido de saque em um processo fraudulento que prejudicou o Banco do Nordeste. Um advogado, alvo de monitoramento eletrônico, solicitou o pagamento de verba honorária, que teria sido distribuída entre membros de uma organização criminosa. A ofensiva descobriu um grupo que manipulava processos no tribunal em busca de vantagem financeira. Em um dos casos suspeitos, a PF investiga desvio de R$ 14 milhões em um alvará fraudulento. Nelma Sarney e Guerreiro Júnior já estavam afastados de seus cargos antes da Operação 18 Minutos, por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A cunhada de José Sarney foi acusada de favorecer um ex-assessor em um concurso de cartórios. Guerreiro Júnior foi afastado por suspeitas de irregularidades na obra do Fórum de Imperatriz. A operação recebeu esse nome devido ao curto intervalo de 18 minutos entre a expedição de uma ordem judicial e o saque do valor pelos investigados. O STJ também determinou o sequestro dos bens dos investigados. O Tribunal de Justiça do Maranhão afirmou que tem colaborado com a Operação 18 Minutos, seguindo as determinações do STJ. A sede do TJ-MA e o Fórum de São Luís foram alvos das buscas. Com base nos princípios da transparência e governança, o TJ-MA atende às exigências do STJ para a realização da operação pela Polícia Federal.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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