Profissionais renomados do Brasil explicam os impactos da doença na saúde da mãe e do bebê, com foco na intolerância à glicose e rastreamento por exame.
O diabetes gestacional é caracterizado pela intolerância à glicose quando identificado pela primeira vez durante a gravidez. Estima-se que aproximadamente 17,8% das mulheres grávidas desenvolvem essa condição, tornando-a a complicação médica mais comum durante o pré-natal. O acompanhamento médico adequado é essencial para o controle do diabetes gestacional.
Em casos de diabetes durante a gravidez, é fundamental adotar hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividades físicas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado do diabetes na gravidez são essenciais para garantir a saúde da mãe e do bebê. A conscientização sobre os riscos e a importância do acompanhamento médico são fundamentais para lidar com essa condição de forma segura.
Importância do Rastreamento por Exame na Diabetes Gestacional
O Ministério da Saúde destaca a relevância do rastreamento por exame de sangue da glicemia de jejum durante a gravidez, visando identificar precocemente possíveis casos de diabetes gestacional. A confirmação diagnóstica, por sua vez, é realizada entre 24 e 28 semanas de gestação por meio do teste oral de tolerância à glicose, um procedimento que consiste na ingestão de 75 g de glicose em 250ml de água em jejum no laboratório, seguido da verificação da curva glicêmica após uma hora e novamente após duas horas.
A prevalência do diabetes gestacional tem se mostrado em ascensão, especialmente em gestações mais tardias e em mulheres com síndrome metabólica, caracterizada por quadros que envolvem intolerância à glicose, resistência insulínica, dislipidemia e hipertensão arterial. Mulheres com histórico de resistência à insulina, diabetes gestacional prévio ou gestações anteriores com recém-nascidos de peso elevado acima de 4 kg apresentam maior propensão a desenvolver pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional, intercorrências médicas que afetam até 12% das gestantes com diabetes durante a gravidez.
É fundamental ressaltar a importância do diagnóstico oportuno da diabetes gestacional, pois a falta de detecção precoce pode acarretar complicações fetais, como ganho excessivo de peso, aumento do líquido amniótico e prematuridade. Além disso, durante o parto, podem surgir complicações que demandam maior intervenção, como cesárea ou parto vaginal assistido, lesões do canal de parto e hemorragia pós-parto. Após o nascimento, complicações adicionais podem surgir, levando à possível admissão do recém-nascido na UTI.
O acompanhamento da gestante com diagnóstico de diabetes gestacional deve ser multidisciplinar, envolvendo profissionais como obstetras, endocrinologistas, nutricionistas e educadores físicos. Essa abordagem visa controlar a glicose por meio de orientações alimentares adequadas, mudanças de hábitos e inclusão de atividade física regular, visando também monitorar situações como pressão alta e ganho de peso.
Em situações de alterações maternas e/ou fetais, a internação para controle e vigilância da vitalidade fetal pode ser necessária, incluindo exames como cardiotocografia e perfil biofísico fetal. Muitas vezes, a administração de insulina e medicamentos para controle da pressão arterial se faz necessária para garantir a saúde materna e fetal.
Após o controle clínico, o acompanhamento pré-natal pode prosseguir até a fase final da gestação, conhecida como ‘a termo’, entre 37 e 42 semanas, momento em que a via de parto é indicada. Em casos de vitalidade fetal comprometida ou controle clínico instável, a antecipação do parto pode ser recomendada, visando garantir a segurança da mãe e do bebê.
Fonte: @ Veja Abril
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