Música de Geraldo Vandré ganha versão crua com batidas de reggae e rap, revitalizando um hino de protesto contra a ditadura.
De acordo com Happin Hood, a intenção é criar uma música com mensagem, que é ‘o mais essencial’. Aos 88 anos, Vandré apresentou uma nova versão do icônico Para não Dizer que não Falei das Flores. Esta é a segunda ocasião em que Happin Hood grava uma música de Geraldo Vandré. A primeira foi Disparada, em parceria com Jair Rodrigues. Quem nunca se lembrou de ‘caminhando e cantando e seguindo a canção’?
No contexto do protesto, a letra de Vandré sempre ressoou forte entre aqueles que buscam mudança. A nova composição traz à tona a importância da música como forma de protesto, um meio poderoso de expressão. A música tem o poder de unir e inspirar, especialmente em tempos de luta.
Música e Protesto: Uma Composição Marcante
Os versos dessa canção são tão icônicos que são reconhecidos até mesmo por aqueles que não conhecem o nome da música, seu autor, ou a relevância histórica que carrega. O clássico ‘Caminhando’ ganhou uma nova versão, com batidas cruas e impressionantes, interpretada por Happin Hood, que traz uma sonoridade que remete a um terreiro. Lançada em 1968 por Geraldo Vandré, essa música rapidamente se destacou, conquistando o segundo lugar no Festival da Canção daquele ano, e logo se tornou um hino de resistência contra a ditadura militar.
A Música que Ecoa nas Lutas
Recentemente, uma nova interpretação dessa composição foi inspirada nas batidas do reggae nyabinghi, um som tradicional que é criado durante as celebrações de eventos significativos da comunidade rastafari na Jamaica. ‘Queríamos revisitar as raízes do rap e do reggae, especialmente porque, no início dos movimentos, havia uma forte presença de músicas de protesto’, comenta Rappin Hood. Ele acrescenta que, mesmo que a indústria musical possa oferecer recompensas financeiras, a essência das músicas de mensagem e de protesto permanece viva.
A Conexão entre Gerações
Geraldo Vandré, que tem se mantido recluso, fez uma participação especial na nova versão da música, colaborando com o rapper. Aos 88 anos, Vandré realizou sua última apresentação em 2018, recebendo uma homenagem no Festival Aruanda, em João Pessoa, pelo seu trabalho na trilha sonora do filme ‘A Hora e a Vez de Augusto Matraga’ (1985). Para Rappin Hood, a experiência foi única. ‘Embora muitos pensem que ele é inacessível, comigo foi diferente. Ele expressou o desejo de participar e fez a introdução da música, o que me deixou extremamente feliz, pois tenho grande respeito por sua obra. Vandré é amplamente reconhecido por suas músicas de protesto’, revela Rappin Hood.
Legado e Continuidade do Protesto
Em 2005, em colaboração com Jair Rodrigues, Rappin Hood já havia gravado outra canção de Geraldo Vandré, chamada ‘Disparada’, que foi incluída no álbum ‘Sujeito Homem 2’. Essa conexão entre os artistas não apenas reforça o legado de Vandré, mas também destaca a importância contínua da música como um meio de protesto e resistência, ecoando as lutas e aspirações de diferentes gerações. A música, com sua mensagem poderosa, continua a ser um veículo essencial para a expressão de descontentamento e esperança.
Fonte: @ Terra
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