O cenário econômico mudou em 2021. As recomendações de investimento variam com as pressões inflacionárias, juros dos EUA e atividade econômica em queda.
No início do ano, a situação prevista para a bolsa de valores brasileira era bem distinta da atual. Os prognósticos apontavam para um ano favorável aos investimentos em ações, principalmente devido à expectativa de uma queda acentuada nos juros. Entretanto, no decorrer do terceiro trimestre, a realidade se mostra bastante alterada.
A volatilidade do mercado financeiro tem sido influenciada por diversos fatores, incluindo as taxas de juros e as medidas governamentais. Os investidores têm enfrentado um cenário imprevisível de oscilações nos mercados, o que tem levado a uma reavaliação constante das estratégias de investimento em meio às flutuações das taxas de juros.
A Perspectiva de um Possível Aumento nos Juros
As perspectivas, quem diria, são de uma possível elevação das taxas de juros por aqui. Mas engana-se quem pensa que, por conta disso, a bolsa já não tem mais atratividade. Após alcançar um recorde neste ano, especialistas acreditam que ainda existem motivos para manter o otimismo em relação a ela.
O Impacto das Taxas de Juros nos Investimentos
É preciso compreender que Brasil e Estados Unidos estão em momentos econômicos distintos. E essas diferenças apresentam consequências diversas para o mercado financeiro. No Brasil, depois de um início de ano tranquilo, com a alta dos preços aparentemente controlada, a fortaleza da atividade econômica fez com que a inflação voltasse a ser uma preocupação.
Com a atividade econômica robusta, o Banco Central suspendeu a redução da Selic e passou a considerar um possível incremento nas taxas de juros. Mesmo com a desaceleração do IPCA-15, a situação não trouxe alívio, de acordo com Roberto Campos Neto, presidente do BC. E o futuro presidente, Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária que assume o cargo no final do ano, também indicou ser favorável ao aumento dos juros.
Além disso, os dados econômicos que sucederam o indicador não foram encorajadores. O Caged demonstrou que o mercado de trabalho se mantém aquecido, o que resulta em pressões inflacionárias contínuas. Enquanto isso, os Estados Unidos seguiram um caminho contrário.
No início do ano, a economia mostrava resiliência (e, consequentemente, maior pressão inflacionária). Recentemente, porém, indicadores econômicos apontaram uma desaceleração da economia, o que sugere que a inflação pode estar sob controle. Assim, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) indicou que um corte nas taxas de juros deverá ocorrer na reunião da próxima semana.
Como é sabido, o aumento e a diminuição das taxas de juros têm impactos distintos nos investimentos. Se os juros aumentam (como pode acontecer em breve no Brasil), os investimentos em renda fixa se tornam mais atraentes. Isso ocorre porque seus rendimentos estão relacionados às taxas de juros. Portanto, se as taxas estão mais elevadas, os rendimentos também aumentam.
Por sua vez, o mercado de ações passa a ser menos procurado. Afinal, por que se arriscar no mercado de ações se a renda fixa oferece uma remuneração superior? Portanto, um aumento na selic poderia ser suficiente para afugentar investidores da bolsa, causando sua queda, certo? Não necessariamente.
Segundo os especialistas, é possível que a redução das taxas de juros nos Estados Unidos beneficie a bolsa brasileira. Assim como um aumento nos juros favorece a renda fixa e prejudica a bolsa, a diminuição das taxas de juros tem o efeito oposto. Nos Estados Unidos, as taxas devem começar a diminuir já na próxima semana.
Isso implica que o apetite ao risco dos investidores tende a aumentar, uma vez que a rentabilidade da renda fixa americana deve diminuir. E, conforme os analistas, o Brasil parece ser uma boa opção para os investidores estrangeiros. Com o início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos, a renda fixa americana torna-se menos atrativa e há um maior interesse em capitalizar a
Fonte: @ Valor Invest Globo
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