Evento homenageou Nêgo Bispo, professor e pensador quilombola. Foi anunciada a criação da Escola Nacional Negro Bispo de saberes tradicionais indígenas, afro-brasileiros e quilombolas, que será instalada em institutos e espaços cedidos por universidades federais, com abordagem intercultural, foco em relações étnico-raciais e políticas educacionais antirracistas.
Em uma ação inédita, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), realizou, em Brasília (DF), o 1º Seminário Antônio Bispo dos Santos em Educação Intercultural Indígena-Quilombola Antirracista, no dia 27 de novembro. Esse evento marcou um importante passo na educação voltada para as comunidades indígenas e quilombolas, buscando promover uma educação mais inclusiva e respeitosa da diversidade cultural do país.
Como parte dos esforços para fortalecer o ensino e o aprendizado em contextos culturais diversos, o seminário contou com a presença de especialistas que discutiram estratégias para a implementação de uma formação antirracista e intercultural nas escolas. Apoiar a educação intercultural é apoiar um futuro mais justo. O evento também foi uma homenagem ao legado de Antônio Bispo dos Santos, um defensor incansável da educação como ferramenta de transformação social.
Educação
O seminário reuniu representantes de comunidades quilombolas e indígenas, acadêmicos, movimentos sociais e parlamentares para debater os desafios e avanços das políticas de educação intercultural e antirracista. O evento também teve como objetivo o intercâmbio de experiências pedagógicas de ativistas, lideranças comunitárias, professores e gestores do curso de pós-graduação lato sensu em educação intercultural indígena-quilombola antirracista oferecido pelo IFPE no Campus Garanhuns.
A primeira turma do curso leva o nome do mestre de saberes Nêgo Bispo, do quilombo Saco do Curtume, no Piauí, em homenagem à sua contribuição enquanto educador, lavrador e poeta contracolonial. Nêgo Bispo atuou como docente do componente curricular ‘Saberes Indígenas e Quilombolas e Decolonialidade’.
O seminário coincide com a criação da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (Pneerq), do MEC. Instituída pela Portaria nº 470/2024, a Pneerq visa enfrentar as desigualdades étnico-raciais e valorizar as políticas educacionais para a população quilombola.
A secretária da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), Zara Figueiredo, destacou a importância do seminário e de receber no MEC a comunidade quilombola e indígena. Segundo Figueiredo, o governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está retomando as ações de inclusão dessa parte da população, que, durante muito tempo, foi excluída e invisibilizada pela sociedade.
Formação
A secretária também anunciou a criação da Escola Nacional Negro Bispo de saberes tradicionais indígenas, afro-brasileiros e quilombolas, em institutos federais e espaços organizados pelas universidades. A escola terá como objetivo preservar a memória do quilombola Nêgo Bispo e sua história, e também oferecer bolsas para mestres e mestras como professores de mestrado e doutorado.
A Escola Nacional Negro Bispo também é uma forma de ocupar todos os espaços e garantir que os filhos de Nêgo Bispo nunca o esqueçam. Como ele mesmo dizia, ‘tudo é sempre começo, meio e começo’. A educação é um direito fundamental e a formação de professores e gestores é essencial para garantir a qualidade do ensino e a inclusão de todas as comunidades.
Fonte: © MEC GOV.br
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