O Telegram não colabora com programas internacionais para remover conteúdo de abuso infantil online.
O Telegram, aplicativo de mensagens cujo dono foi preso na França, está no centro de uma polêmica por se negar a colaborar com programas internacionais de combate ao abuso infantil online, de acordo com informações da BBC.
O Telegram é conhecido por sua postura de resistência em relação a solicitações de compartilhamento de dados, o que tem gerado controvérsias em relação à segurança dos usuários do aplicativo de mensagens.
Telegram: Aplicativo de Mensagens e o Combate ao Abuso Infantil Online
O Telegram, conhecido aplicativo de mensagens, não faz parte do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC) nem da Fundação de Vigilância da Internet (IWF). Essas organizações têm o objetivo de encontrar, denunciar e remover material de abuso infantil online em diversas plataformas digitais.
A situação veio à tona durante a detenção de Pavel Durov, fundador e CEO do Telegram, um aplicativo com mais de 950 milhões de usuários registrados. Durov foi preso na França sob a acusação de crimes relacionados à falta de moderação na plataforma. As autoridades alegam que ele não cooperou em investigações sobre tráfico de drogas, conteúdo sexual infantil e fraude.
Apesar de o Telegram ter afirmado que sua moderação está em conformidade com os padrões da indústria e em constante aprimoramento, ele não participa de programas como o CyberTipline do NCMEC, que conta com mais de 1,6 mil empresas de internet registradas. A exigência de registro legal se aplica principalmente a empresas dos EUA, mas 16% das participantes são estrangeiras.
Embora tenha sido fundado na Rússia, o Telegram agora tem sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde Durov reside. A maioria das denúncias de abuso sexual infantil online provém de grandes empresas de tecnologia e redes sociais, como Facebook, Google, Instagram, TikTok, Twitter, Snapchat e WhatsApp.
A BBC revelou que o NCMEC instou o Telegram repetidamente a aderir à iniciativa de combate ao abuso sexual infantil online, mas a plataforma ignorou os pedidos. Além disso, o Telegram se recusa a colaborar com a IWF, equivalente britânico do NCMEC.
Um representante da IWF destacou que, apesar das tentativas de envolver o Telegram, a plataforma não é membro da instituição e não utiliza seus serviços para bloquear o compartilhamento de imagens de abuso sexual infantil. Por não participar ativamente do NCMEC e da IWF, o Telegram não consegue remover proativamente esse tipo de conteúdo, dependendo das instituições beneficentes para isso.
A IWF mencionou que o Telegram é mais lento e menos responsivo em relação às solicitações diárias de remoção de material de abuso sexual infantil confirmado. A BBC entrou em contato com o Telegram para comentar sobre sua recusa em aderir aos programas de proteção à criança, mas a empresa afirmou que não é responsável pelos abusos ocorridos em sua plataforma.
Além disso, o Telegram não participa do programa TakeItDown, que visa remover pornografia de vingança. Enquanto outras plataformas como Snapchat, Facebook, Instagram, Threads, TikTok, Pornhub e OnlyFans são membros desse programa, o Telegram optou por não fazer parte.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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