Pular ondas está ligado à Iemanjá, enquanto vestir branco foi popularizado por candomblecistas, ambos ligados à matriz africana, sete ondas, religiões de matriz e praias do país, influenciando a identidade brasileira.
No Brasil, o Ano Novo é marcado por uma mistura única de tradições, cores e crenças que se entrelaçam em uma celebração emocionante e cheia de esperança. Dois dos principais rituais de novo ano, que refletem essa diversidade cultural, são vestir branco e pular sete ondas.
À medida que a passagem de ano se aproxima, as pessoas se preparam para acolher o início do ano com renovada energia e fé. O Ano Novo é um momento de renovação, e essas tradições, como vestir branco e pular sete ondas, são mais do que apenas rituais – são atos simbólicos que carregam a esperança de um ano melhor. Vestir branco é um símbolo de purificação e paz, enquanto pular sete ondas é uma homenagem ao poder do mar e à busca por sorte. Essas práticas enraizadas na cultura brasileira são uma demonstração vívida da rica tapeçaria de influências culturais e religiosas que moldam a identidade nacional.
O Ano Novo e as religiões de matriz africana
As práticas que simbolizam renovação e boas energias durante o Ano Novo têm suas raízes em influências culturais e religiosas que fazem parte da identidade brasileira. Elas unem elementos do Candomblé, Umbanda, superstições populares e o desejo de recomeçar. Uma dessas práticas é pular sete ondas no mar, associada a pedidos de proteção, prosperidade e renovação espiritual.
Esse ritual tem raízes profundas nas religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, especialmente no culto à Iemanjá, divindade das águas e mãe dos orixás. Iemanjá é reverenciada como uma figura de proteção e abundância, e as águas são vistas como um portal para a purificação e para a comunicação com o mundo espiritual. O número sete representa ciclos de renovação e conexão com o divino, relacionado às sete linhas da Umbanda e aos sete mares. Cada onda representa um pedido ou desejo para o ano que se inicia.
A importância do branco no Ano Novo
Vestir branco na passagem de um ano para o seguinte é quase obrigatório para quem acredita em rituais. O branco é uma cor associada à paz, influência direta do Candomblé, onde a cor é um elemento central nos rituais e cerimônias, utilizada para representar Oxalá, o orixá da criação, da sabedoria e da paz. A prática passou a se tornar comum na década de 1970, quando candomblecistas passaram a fazer suas oferendas na praia.
Usar branco é um ato de conexão com a energia da pureza e da serenidade de Oxalá, promovendo um estado de neutralidade espiritual, proteção e boas vibrações para o próximo ciclo. Assim, a prática de vestir branco também se espalhou e foi incorporada às celebrações de Ano Novo. Essas práticas, que têm suas raízes nas religiões de matriz africana, são uma forma de conectar-se com a natureza e com o futuro, e são uma parte importante da identidade brasileira.
Fonte: @ Nos
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